Lideranças do Nortão denunciam a prática da ambulancioterapia
Lideranças partidárias do Norte do estado denunciaram à comitiva da coligação PSDB/DEM/PTB, que percorrem municípios da região neste fim de semana, a prática da ambulancioterapia que ocorre em Mato Grosso. Os pré-candidatos da coligação se mostraram indignados com a prática realizada pelo governo do estado de colocar os pacientes do interior em ambulâncias e levá-los até hospitais e pronto socorros de Sinop e Cuiabá em vez de estruturar a saúde pública no interior.
O pré-candidato ao governo Wilson Santos (PSDB) ressaltou que em vez de construir e colocar em funcionamento novos hospitais o governo Maggi comprou e fechou diversas unidades de saúde. Wilson relembrou que a unidade de Guiratinga era um dos hospitais mais bem equipados do estado, tinha 138 leitos, mas foi comprado e fechado pelo governo em 2005. Em Cuiabá, foram mais dois. O São Thomé e o Modelo. O mesmo aconteceu com hospitais em Pontes e Lacerda e Quatro Marcos. As unidades, que hoje não funcionam, receberam emendas parlamentares do ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) e do senador Jayme Campos (DEM), respectivamente.
Segundo Wilson Santos, que escreveu o artigo “Saúde em Mato Grosso – radiografia da maldade”, não há política de saúde no Estado. “Comprar um hospital no interior para fechá-lo é maldade. É um absurdo. Não dá para ficar empurrando os pacientes para Sinop e Cuiabá como se fosse uma loteria esportiva para ver quem chega vivo ou morto”, afirmou Wilson.
O deputado Dilceu Dal’Bosco (DEM) reforçou a denúncia. Para Dilceu não se pode admitir que um dos maiores assentamentos da América Latina não tenha a mínima estrutura necessária de saúde, como é o caso de União do Norte, em Peixoto de Azevedo.
Dal’Bosco contou que em União do Norte quando se tem uma emergência e urgência ou uma grávida dando a luz, a população sai na correria pela MT 322 (BR 080) para tentar achar um hospital para ser atendido. Nessa corrida contra o tempo por estradas em situação precária, coloca-se em risco a vida de milhares de pessoas. “Aqui acontece um fenômeno que não deveria acontecer mais em Mato Grosso. Grávidas dão a luz dentro de ambulâncias e o motorista acaba sendo o parteiro. Nós não podemos mais aceitar que isso aconteça”, afirmou.
“Nós não podemos aceitar que uma comunidade de mais de 12 mil habitantes não tenha um único médico fixo”, completou Wilson.
Proposta
Na oportunidade, Wilson Santos defendeu a construção de mais seis hospitais regionais em Mato Grosso e a complementação financeira do estado para que os municípios possam atrair médicos especialistas para o interior.