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EDUCAÇÃO
Quinta - 31 de Março de 2016 às 09:08
Por: Da Redação TA c/Assessoria

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O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) iniciou nesta semana a primeira etapa da Avaliação Diagnóstica do Ensino Público do Estado de Mato Grosso (Avalia MT), que objetiva construir mecanismos de intervenção na educação com base em índices próprios. Nesta primeira fase do projeto, mais de 163 mil estudantes dos 2º, 4º, 6º e 8º anos do Ensino Fundamental e 1º e 2º anos do Ensino Médio realizaram provas nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, na terça-feira e quarta-feira (29 e 30.03).

Maria de Fátima Souza, 17 anos, e André Henrique dos Santos Alves, 16 anos, estudantes do 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá, participaram da avaliação, juntamente com os colegas de classe – cerca de 30. Ao todo, na unidade escolar, 800 alunos encararam o desafio de responder 52 questões, conscientes de que a avaliação não conta ponto, nem fará parte de seus boletins.

Com duas horas de duração, a avaliação foi baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI) que leva em consideração diferentes variáveis da complexidade de cada questão da prova, para melhor avaliação do estudante. O modelo foca na questão (item) e não na totalidade dos acertos, não se considera apenas o certo e o errado, mas sobretudo o grau de dificuldade de cada item.

Os jovens estavam preparados e receberam orientações prévias sobre as provas, preenchimento de gabaritos. Para Maria de Fátima as questões de matemática estavam mais difíceis. Já André considerou a prova bem fácil. Mas em um ponto eles concordam: a Avaliação Diagnóstica será importante para que os professores e gestores conheçam o que cada aluno sabe, visto que esse conhecimento é fundamental para traçar estratégias de aprendizagem e intervenções pedagógicas adequadas. “Conhecendo o que cada aluno aprendeu, é mais fácil para o professor. Ele poderá dar mais ênfase nas dificuldades de aprendizagem de cada estudante”, acredita Maria.

Na Escola Profª Maria da Cunha Bruno, bairro Primavera, em Várzea Grande, cerca de 300 alunos fizeram a prova, sendo seis turmas do Ensino Fundamental (do 2º ao 6º) e duas turmas de Ensino Médio.

Para a diretora Caroline Padovezi Vieira a maioria dos alunos aderiu e entendeu a importância de participar. “Teve turma que não faltou nenhum aluno. Alguns estudantes do Ensino Fundamental demonstraram preocupação com a nota, mas foram esclarecidos sobre o objetivo da prova e tudo ocorreu bem”.

O mesmo aconteceu na Escola Pedro Gardés, no Centro de Várzea Grande. Na unidade aproximadamente 540 alunos participaram da avaliação. “No geral foi tudo bem. Todos participaram intensamente do processo”, comentou o diretor Paulo Chimelo.

A diretora da Escola Presidente Médici, Patrícia Carvalho, resume a opinião dos demais gestores. “A avaliação diagnóstica é fundamental para a melhoria constante do ensino. Teremos um ponto de partida para melhorarmos o que já vem sendo feito”, garante a gestora, ressaltando que as escolas funcionam de forma adequada se o processo de avaliação estiver mais presente nas várias etapas de planejamento de suas ações.

Avaliação Diagnóstica

O coordenador estadual da Avalia MT, Kilwangy kya Kapitango-a-Samba, explica que além de orientar professores, a avaliação irá oferecer informações aos gestores públicos que permitam diagnosticar as necessidades de aprendizagem dos estudantes e planejar, executar e orientar ações e políticas públicas focadas na melhoria da educação. “O diagnóstico também fomentará ações de formação e desenvolvimento dos profissionais da Educação Básica, contando sempre com a participação dos educadores como protagonistas de transformação social e inovação no ensino, na aprendizagem e gestão educacional. Bem como tomada de decisões para redirecionar trajetórias e planejar ações e políticas educacionais”, ressalta.

De acordo com ele, a avaliação se caracteriza como externa por parte de seu processo acontecer fora da escola, a matriz utilizada para sua elaboração ter como referência as Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso, a análise dos diários de classe das turmas a serem avaliadas, as matrizes curriculares das escolas, dentre outros instrumentos. “É de larga escala por envolver aproximadamente 163 mil estudantes e também amostral por ser um modelo aplicado à uma parcela estatisticamente representativa do contingente de estudantes matriculadas”, afirma.

Ao todo participam da iniciativa 469 escolas estaduais urbanas, 12 de educação do campo e duas unidades quilombolas. “O trabalho será na perspectiva de equalizar distorções entre as unidades escolas, mas sem realizar ranqueamento”, garante Kapitango-a-Samba, ressaltando que o resultado da avaliação dever sair em cerca de 30 dias.

O processo avaliativo é feito em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) da Universidade Federal de Juiz de Fora, referência no país nesse trabalho e atuante em 19 estados, incluindo Mato Grosso. A instituição tem procurado desenvolver seus próprios sistemas de avaliação estabelecendo metas e diretrizes específicas às suas realidades. 




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