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POLÍTICA
Terça - 18 de Outubro de 2016 às 14:17
Por: Do G1, em São Paulo

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Foto: Beto Barata/PR

O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (18) que denúncias de corrupção contra ministros e aliados do governo são, por enquanto, "simples alegações". Ele deu a declaração em uma entrevista a jornalistas brasileiros em Tóquio. No Japão, o presidente participará de reuniões com empresários e autoridades do país para atrair investimentos para o Brasil.

Temer foi questionado se denúncias contra ministros e aliados prejudicariam o governo. O presidente negou essa possibilidade e disse que o governo tomará atitudes com relação a elas se algum dia se "consolidarem".

Nesta terça, por exemplo, foi divulgado o teor do depoimento de uma ex-funcionária da Carioca Engenharia, construtora investigada na Operação Lava Jato, que disse ter comprado gado superfaturado de uma empresa ligada à família do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. Ela também disse que sabia que "a destinação dessas quantias era ilícita, para corrupção ou para doação eleitoral não-declarada".

"O envolvimento se deu, convenhamos, por enquanto, por uma simples alegação, por uma afirmação. É preciso que essas coisas se consolidem. Se um dia se consolidarem, tudo bem, o governo verá o que fazer. Se a cada momento que alguém mencionar o nome de alguém e isso passar a dificultar o governo, fica difícil", afirmou o presidente.

Antes, Temer havia dito que o combate à corrupção no Brasil está sendo feito com "muito vigor".

"As instituições, todas elas, funcionam em apoio a todos os sistemas de combate à corrupção, e não só corrupção junto ao governo [...] mas também no aprimoramento da legislação de combate à corrupção. Há projetos que tramitam no Congresso com vistas a aumentar o controle das questões públicas", afirmou o presidente.

'Recomeço'

Temer também deu entrevista para jornalistas japoneses em Tóquio. Ele afirmou que a economia brasileira passa por uma "espécie de "recomeço" e destacou os projetos do governo na área fiscal, como a PEC que limita os gastos públicos.

"[A visita ao Japão ocorre] precisamente em um momento em que estamos fazendo uma espécie de recomeço da economia do nosso país. Este recomeço se traduz, em primeiro lugar, em projetos reveladores de austeridade em nossa política fiscal, cujo objetivo é o controle dos gastos públicos. Ou seja, agora só se gasta no país aquilo que se arrecada", disse Temer à imprensa japonesa.

Compromissos no Japão

O presidente Temer chegou a Tóquio acompanhado de uma comitiva formada pela primeira-dama Marcela Temer, e ministros, entre eles José Serra (Relações Exteriores) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), além do secretário do PPI, Moreira Franco.

Em novembro de 2015, a então presidente Dilma Rousseff chegou a marcar uma viagem ao Japão, mas a cancelou.

Para esta quarta (19), estão previstos na agenda do presidente uma recepção por parte do imperador Akihito, no Palácio Imperial, às 10h (horário de Tóquio), e um almoço com empresários brasileiros e japoneses, no qual Temer buscará atrair investimentos estrangeiros.

À tarde, Temer deverá se reunir com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e com o vice-primeiro ministro, ministro das Finanças e presidente da Liga Parlamentar Brasil-Japão, Taro Aso. No início da noite, será oferecido por Shinzo Abe um jantar a Temer.

Na quinta (20) pela manhã, a delegação brasileira embarca de volta ao Brasil. A previsão é que o grupo chegue a Brasília na sexta (21).

Outros temas a serem tratados nos encontros devem ser a realização da Olimpíada em Tóquio em 2020 e a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Após a Olimpíada do Rio, que Fujimura classificou como “sucesso”, os japoneses querem discutir as experiências cariocas para copiar ações bem sucedidas.

Na entrevista com jornalistas, apesar de ressaltar o desempenho da Rio 2016, Temer disse "ter poucos conselhos a dar". "O Japão deve organizar a Olimpíada a seu modo, que é sempre organizado, perfeito."

No campo diplomático, Brasil e Japão fazem parte do G4, grupo que reúne ainda Alemanha e Índia e defende uma reforma no Conselho, incluindo mais assentos permanentes com poder de veto.





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