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Novos policiais do Gefron conhecem técnicas de sobrevivência na selva Novos policiais do Gefron conhecem técnicas de sobrevivência na selva Treinamento faz parte do curso de policiamento na fronteira (CPFron)
Em busca de rotas para o transporte de drogas da Bolívia para o Brasil, os traficantes se valem de travessias por áreas de mata, pelos rios da região ou pistas clandestinas para pouso de pequenas aeronaves.
Para fazer frente a essas estratégias, os policiais do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron) muitas vezes precisam se embrenhar em áreas isoladas, onde a capacidade de se adaptar ao ambiente é uma necessidade básica.
Na segunda e terça-feira (17 e 18.10), os 41 alunos do Curso de Policiamento na Fronteira (CPFron) conheceram técnicas que, em uma missão real, podem ser decisivas para o sucesso.
Confecção de armadilhas, abrigos improvisados, obtenção de água e fogo, orientação diurna e noturna, por exemplo, foram alguns dos tópicos abordados pelos instrutores.
"Essa instrução dá capacidade operacional para o policial de fronteira atuar com segurança na mata. É um treinamento voltado à rusticidade", diz o 2º tenente do Gefron, Carlos Henrique Scheifer.
Abrigos
O policial da fronteira tem que estar preparado para situações adversas, nas quais é preciso, por exemplo, construir abrigos com a matéria prima que estiver disponível -palhas de coqueiro, madeiras ou bambu são alguns dos materiais que podem ser empregados.
O 2º sargento Sidney Rangel Xavier diz que é preciso conhecer as características da vegetação, uma vez que Mato Grosso possui três biomas (Pantanal, Cerrado e Floresta) . "A matéria prima para a construção dos abrigos são os meios naturais que o terreno oferece", explica.
São três tipos de abrigos: permanentes, semi-permanentes e temporários. Contudo, a última opção é a mais utilizada, pois são construídos com o próprio material que o profissional carrega em sua bagagem.
"Um exemplo do que usamos na mata é a rede de selva e poncho, material que serve para fazer cobertura", relata.
Deslocamento
Quando chega o momento de atravessar áreas de mata, os policiais contam com instrumentos como aparelhos GPS e bússolas. Mas, em caso de necessidade, também precisam saber se orientar pelo sol, pelo vento e também pela vegetação. O curso incluiu aulas téoricas e práticas de orientação diurna e noturna.
Outra habilidade crucial é a obtenção de fontes alternativas de água e de produção de fogo. No treinamento, os policiais conheceram variedades como o cipó de água, uma raiz da região pantaneira que pode servir em caso de necessidade.
"Dependendo da origem, é preciso tornar a água potável. Para isso, o recurso é ferver a água ou utilizar duas gotas por litro de água sanitária", disse.
Já para obter fogo na natureza o jeito mais usual é provocar o atrito entre uma pedra dura e um facão para produzir faísca. Palhas de coqueiro os ninhos de passarinho podem ser usados como "iscas" para obter a chama.
"O aluno precisa sair daqui sabendo obter água e produzir fogo sem auxilio do mundo moderno, somente usando as ferramentas da natureza", ressaltou.