Jucá é oficializado no 'Diário Oficial' líder do governo no Congresso Senador do PMDB havia sido indicado pelo Planalto no início do mês. Nomeação foi publicada na edição desta quinta-feira (17) do 'Diário Oficial'.
Ex-ministro do Planejamento de Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi oficializado nesta quinta-feira (17) no posto de líder do governo no CongressoNacional. A nomeação foi publicada na edição desta quinta do "Diário Oficial da União".
Atual presidente nacional do PMDB, Jucá vai suceder a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) na liderança do governo no Congresso. Para assumir o novo cargo, ele chegou, inclusive, a abandonar a relatoria do projeto que atualiza a legislação sobre casos de abuso de autoridade, uma prioridade do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O peemedebista já ocupou o mesmo cargo nos governos Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Em maio, no início do governo interino de Temer, Jucá foi nomeado ministro do Planejamento, mas ficou no cargo apenas 12 dias. Ele foi pressionado a pedir demissão por causa de uma conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Na gravação, Jucá aparece sugerindo uma reação política à Lava Jato: “Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. Tem que ser política. Advogado não encontra solução pra isso não. Se a solução é política, como é política? Tem que resolver essa ***. Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”, ressaltou o senador do PMDB em uma das conversas gravadas por Machado.
O novo líder do governo no Congresso é alvo de sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo dois da Operação Lava Jato. O Planalto, entretanto, alega que Jucá e outros aliados com problemas na Justiça não são condenados.
Mesmo depois de ter deixado a Esplanada dos Ministérios, Jucá continuou ajudando o governo na articulação política. Com a nomeação do senador peemedebista para a liderança do governo, Temer sinaliza que está afastada a possibilidade do retorno de Jucá a um ministério.
O cargo de líder do governo dá a Jucá o status de interlocutor do presidente da República para encaminhar projetos, negociações e votações de interesse do governo.
Em entrevista a jornalistas no Senado, Jucá comentou sobre a volta à liderança do governo no Congresso, função que já havia exercido nos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. O parlamentar disse que vai atuar para aprovar, no Legislativo, “todas as medidas que possam restabelecer o fortalecimento da economia”.
“Eu aceitei e vou trabalhar com minha experiência, com minha condição, no sentido de nas duas Casas e no Congresso poder aprovar todas as medidas que possam restabelecer o fortalecimento da economia, a segurança jurídica, a melhoria enfim das condições da vida no Brasil”, declarou o peemedebista.
Além da proposta que estabelece um teto para os gastos públicos, o governo federal tem interesse em realizar duas reformas que são bastante controversas: a da Previdência Social e a trabalhista. Caberá a Jucá, ao lado de outras lideranças do governo no Legislativo, articular com deputados e senadores a aprovação dessas medidas.
O peemedebista disse ainda que “havia uma linha do governo” a qual queria que ele voltasse a ser ministro do Planejamento, cargo que deixou após as denúncias de obstrução à Lava Jato. Jucá afirmou que, à época, deixou a função para não atrapalhar o governo e declarou que aguarda respostas do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal sobre se cometeu alguma irregularidade contra as investigações.
“Eu pedi pra sair do Ministério do Planejamento, exatamente porque o governo estava iniciando e eu não queria colocar no governo qualquer tipo de discussão que o atrapalhasse. Perguntei ao Ministério Público e ao Supremo se havia algum tipo de irregularidade ou de obstaculação da Lava Jato da minha parte. Até hoje isso não foi respondido, mas nós continuamos cobrando e eu tenho paciência pra aguardar resposta”, expôs Jucá.