Audiência pública debate hoje a política migratória em MT
Hoje, conforme números levantados pelo gabinete do Deputado, 2,5 mil haitianos moram em Mato Grosso, com predominância em Cuiabá, mas este número vem diminuindo e o registro é que mais de cinco mil migrantes tenham passado pelo Estado desde 2012.
O objetivo da audiência pública é repercutir as reivindicações da população haitiana, bem como as vozes dos que reclamam a elaboração e aperfeiçoamento de políticas públicas. Mato Grosso é rota de passagem e estado hospedeiro de um grande número desses migrantes haitianos.
“Já se tornou rotina encontrarmos os migrantes trafegando pelas cidades em busca de trabalho e de garantias dos seus direitos humanos. Também é rotineiro assistirmos nos veículos de comunicação a manifestação de entidades e setores públicos difundindo e dialogando com os migrantes as dimensões dos problemas e as ações necessárias para amenizá-los”, aponta o deputado tucano.
Segundo ele, uma das entidades é o CPM – Centro de Pastoral para Migrantes, que se tornou a maior referência no atendimento aos migrantes em Mato Grosso. Especialmente aos haitianos, que constituem hoje a maior comunidade estrangeira em mobilidade no Estado.
Segundo relato do padre Jean Jacky, haitiano e coordenador do CPM, o processo de migração é bastante injusto, desde o início. Começa com a ação dos coyotes, pessoas que articulam e agenciam a partida do migrante, com um custo entre U$ 2 mil a U$ 10 mil, com a promessa de que no Brasil o migrante encontraria base suficiente para recuperar em pouco tempo o investimento.
“Mas ao chegar no Brasil, o migrante encontra uma situação muito diferente daquela oferecida pelo atravessador. Via de regra, o migrante haitiano enfrenta dificuldade com a língua. A maioria dos migrantes falam crioulo haitiano e alguns poucos falam francês ou espanhol. Este é o início de uma série de outros problemas que vão se diversificando de acordo com o processo de adaptação: passa pela legalização e documentação, qualificação, trabalho, moradia, adaptação cultural e, por fim, discriminação”, diz o deputado.