Alimentação adequada melhora o desempenho dos estudantes Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), desenvolvido em parceria entre governos Federal e Estadual, destinou aproximadamente R$ 38 milhões para as escolas da rede estadual em 2016.
Uma alimentação adequada nas escolas garante o bom desempenho dos alunos durante as aulas e ainda contribui para a conquista de hábitos saudáveis. Em Mato Grosso, a alimentação escolar possui muitas especificidades de atendimento, como escolas do campo, indígenas, quilombolas, de educação especial, ensino médio integrado, educação em tempo integral, de ensino médio e fundamental, educação de jovens e adultos, além de creches. Ao todo, a rede estadual de ensino conta com 759 unidades escolares.
A nutricionista Lizia Soares Penido, da Coordenadoria de Alimentação Escolar da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc-MT), explica que, para atender a demanda, os governos Federal de Estadual desenvolvem o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “O objetivo é promover a saúde e a alimentação adequada e saudável. Além disso, busca contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis”, diz Lizia Soares.
Em 2016, o Programa destinou aproximadamente R$ 38 milhões para as escolas da rede estadual de ensino; destes, R$ 4,2 milhões são recursos próprios da Seduc. O montante foi repassado pela Secretaria às unidades de ensino, que são responsáveis por gerir os repasses junto aos conselhos de desenvolvimento escolar - entidade formada por servidores das unidades de ensino, pais e membros de cada comunidade.
“Do valor recebido, todas as escolas destinam ao menos 30% para aquisição de gêneros alimentícios produzidos por agricultores ou empreendedores familiares da região, estimulando o desenvolvimento sustentável, impulsionando a vocação agrícola e a recuperação dos hábitos alimentares regionais”, explica a nutricionista.
Segundo ela, são oferecidas refeições balanceadas, voltadas a contribuir para o desenvolvimento físico e intelectual dos estudantes. As preparações são compostas por alimentos básicos, com a oferta de frutas verduras e legumes e restritas em embutidos, estimulando a alimentação saudável. “Os cardápios são elaborados pela equipe da Coordenadoria e devem atender às necessidades nutricionais estabelecidas na Resolução nº 26”, frisa a nutricionista, destacando que os menus estão disponíveis no site da Seduc.
No início de cada ano letivo, as unidades escolares são responsáveis por planejar os cardápios que serão executados durante o ano. “Esse planejamento deve ser revisto semestralmente, escolhendo as preparações cadastradas elaboradas pela equipe técnica de nutricionistas. Após a seleção dos cardápios, o planejamento deve ser encaminhado para análise e posterior aprovação”.
Capacitação
Com o objetivo de continuar aprimorando a execução do programa em todas as escolas, a Coordenadoria realiza capacitações periódicas. “A intenção é munir os gestores de informações teóricas que fundamentem sua compreensão e atuação, de forma eficiente e eficaz”, conta Lizia.
Entre os assuntos abordados estão as responsabilidades das escolas quanto à qualidade dos alimentos adquiridos, armazenamento e os cuidados de higiene na sua preparação; passos do processo de aquisição; cálculo do valor dos recursos a serem repassados e prestação de contas.
“Nas capacitações com as merendeiras, abordamos não só´ técnicas de higienização na prática da cozinha escolar, como também a importância de uma alimentação saudável na execução dos cardápios, através de oficinas de culinária”.
Neste ano, foram realizadas capacitações para cerca de 50 técnicas da Alimentação Escolar. “Com isso, podemos oferecer uma alimentação mais adequada para os alunos do ponto de vista higiênico-sanitário, além de melhorar a qualidade nutricional das refeições oferecidas nas escolas”.
Preparo
Na Escola Estadual Antônio Epaminondas, em Cuiabá, a aceitabilidade entre os estudantes é alta, como conta a merendeira Enedina Paulino de Arruda Amaral, 52 anos, que há cerca de um ano faz parte da equipe de técnicas da unidade escolar. “Os alunos adoram, elogiam e pedem para repetir a refeição”, comemora.
Ela e as colegas Kátia Bomdespacho, servidora concursada e mais experiente do grupo, Aleandra Neves e Valdete Figueiredo, servem cerca de 130 a 150 refeições em cada turno. Por se tratar de uma escola de período integral, por dia são servidas três refeições: lanche da manhã, almoço e lanche da tarde. “Quase não há rejeição aos itens oferecidos, porque buscamos agradar o paladar dos estudantes com alimentos capazes de fornecer os nutrientes necessários para eles”, avalia.
Segundo elas, os pratos que mais agradam no almoço são bobó de frango, macarrão e escondidinho de mandioca com carne moída, acompanhados principalmente de saladas de repolho ou de alface com tomate. Na hora do lanche, os alimentos variam: são oferecidos pães de sal (francês, mandi ou carequinha) ou doces, biscoitos e bolos. Tudo acompanhado de sucos variados (abacaxi, uva ou maracujá são os preferidos), ou leite com achocolatado. “A equipe tem muita criatividade, cuidado e carinho. Nada tem excesso de sal, de gordura ou de açúcar. E tudo é preparado com muito carinho”, comenta Enedina, destacando que isso demostra que o esforço de variar o cardápio e realizar a escolha em conjunto com a comunidade escolar chega a um resultado satisfatório.