José Medeiros diz que vai se lançar candidato à presidência do Senado Senador do PSD de Mato Grosso afirma que tem apoio de parlamentares descontentes com candidatura única de Eunício Oliveira (PMDB-CE); eleição será no dia 1º de fevereiro.
O senador José Medeiros (PSD-MT) afirmou ao G1 nesta quinta-feira (12) que vai se lançar candidato à presidência do Senado na eleição que vai escolher o substituto de Renan Calheiros (PMDB-AL) no dia 1º de fevereiro.
Segundo Medeiros, a ideia surgiu de um grupo de parlamentares que estava insatisfeito com a, até então, candidatura única do líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que conta com o apoio dos principais partidos representados no Senado. Até o momento, apenas Eunício havia confirmado que irá disputar o comando da Casa.
Um dos principais defensores do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, José Medeiros declarou que deverá oficializar a candidatura na última semana de janeiro.
“Um grupo de senadores que quer que haja mais de uma candidatura, que acha que o momento político é de apresentar isso para sociedade para não ficar parecendo aquela coisa de que está tendo um ajeitamento. Por isso, vamos lançar a candidatura”, explicou.
Inicialmente, segundo o parlamentar de Mato Grosso, o grupo queria que Garibaldi Alves (PMDB-RN) se lançasse para concorrer com o correligionário Eunício. Nos bastidores, a informação é de que Garibaldi ficou tentado a disputar a presidência da Casa, mas desistiu para não dividir a bancada peemedebista.
Medeiros não quis dizer quantos parlamentares o apoiam e expôs que ainda não conversou com o líder do PSD no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), que tende a apoiar Eunício.
O pré-candidato reconhece que o senador cearense é o favorito para suceder Renan Calheiros, mas acredita que pode superar o adversário.
“O senador Eunício tem apoio de todas as bancadas, todas as lideranças. Ele pegou o atacado todo, eu estou no varejo, tentando voto por voto. Mas é um pleito com o qual queremos demonstrar que é possível uma eleição harmônica no Senado, colocando argumentos e não combatendo pessoas”, disse.
Como propostas, Medeiros diz que, se for eleito, aproximará o Senado da sociedade e tornará mais democrática a designação para a relatoria de projetos, anseio de vários senadores descontentes com a gestão Renan Calheiros.
O parlamentar também diz que sua candidatura não faz oposição ao Palácio do Planalto ou ao PMDB. Ele lembra ainda que é um dos vice-líderes do governo no Senado e está comprometido com a pauta econômica de Michel Temer.
‘Não lancei candidatura para vendê-la’
Medeiros nega que está anunciando a candidatura agora para, dias antes do pleito, retirá-la e negociar apoio a outro candidato em troca de vagas na Mesa Diretora.
“Sinto muita firmeza no grupo e não lancei candidatura para vendê-la a este ou àquele candidato”, afirmou.
Suplente de Pedro Taques (PSDB), Medeiros, que é policial rodoviário federal, tem pouco tempo de Casa. Assumiu o mandato em 2015, quando o titular da chapa eleita para o Senado em 2010 se tornou governador do Mato Grosso.
A posse de Medeiros como senador foi marcada por um impasse dentro da própria chapa. Ele e o segundo suplente, Paulo Fiuza, travaram um embate pela cadeira de Taques. Prevaleceu o que estava no registro da chapa no Tribunal Superior Eleitoral, que apresentava Medeiros como primeiro suplente.
Com pouco tempo no Senado, Medeiros ganhou destaque ao participar da comissão especial que analisou o impeachment de Dilma Rousseff no Senado. O parlamentar participou de quase todas as reuniões e se envolveu em discussões acaloradas contra senadores que apoiavam a petista.
Um dos bate-bocas foi com a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) de quem Medeiros cobrou educação e respeito ao tempo de fala. Em resposta, a parlamentar disse que ele era “homem, mas não era dois” e também pediu respeito.
Medeiros também é dono de declarações polêmicas. Em uma sessão não-deliberativa, o parlamentar fez críticas a ocupações de estudantes em escolas públicas.
Os alunos protestavam contra a reforma do ensino médio e a PEC do teto de gastos, mas o parlamentar afirmou que parte dos manifestantes estava nas escolas “para fumar maconha”.