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JUSTIÇA
Quarta - 15 de Fevereiro de 2017 às 07:33
Por: Do G1 MT

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Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

A organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) cobrou propina de empresários, entre os anos de 2011 e 2014, para fraudar licitações e manter contratos de fornecimento de combustível para a frota do governo do estado e com uma empresa de informártica, segundo denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE).

A denúncia refere-se a mais uma fase da operação Sodoma, deflagrada nesta terça-feira (14), que resultou em cumprimento de mandados de prisão contra o ex-governador e do ex-chefe de gabinete dele, além de três ex-secretários de estado. Os suspeitos são investigados por fraudes em licitação, corrupção, peculato e organização criminosa.

Silval Barbosa já está preso, no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), desde setembro de 2015, em cumprimento a um mandado de prisão anterior, também da operação Sodoma. Em nota, a defesa de Silval afirmou que ainda não teve acesso a íntegra da decisão, mas que se trata de "mais uma prisão ilegal".

Segundo o MP, a organização desviou, no período investigado, R$ 8,1 milhões das secretarias de Administração (extinta SAD e atual Secretaria de Gestão) e de Transportes e Pavimentação Urbana (extinta Setpu e atual Secretaria de Estado de Infraestrutura).

Na denúncia, os promotores afirmam que, inicialmente, a propina cobrada pelo grupo ao representante da empresa de fornecimento de combustível - que, posteriormente, se tornou um colaborador nas investigações - tinha como propósito a execução de um contrato que já estava em andamento entre a empresa e a Secretaria de Estado de Administração.

Posteriormente, porém, o pagamento de vantagem indevida também teria servido para garantir que a empresa se garantisse vencedora de outros três pregões presenciais, bem como recebesse regularmente os pagamentos referentes ao fornecimento de combustível.

Dinheiro para campanha
Segundo o MP, na extinta SAD, as propinas eram pagas diretamente aos titulares da pasta, entre eles César Zílio e Pedro Elias, que firmaram acordo de delação premiada e cujos depoimentos auxiliam nas investigações. Já na extinta Setpu, os desvios ocorreriam por meio da inserção de consumos inexistentes de combustível, favorecendo a empresa que fornecia o combustível para o estado.

"As inserções falsas eram eram realizadas pela empresa que gerenciava o software de consumo de combustível a disposição do Poder Executivo", diz trecho da denúncia.

Tais inserções falsas, conforme o MP, serviram, por exemplo, para pagamento de dívidas da campanha eleitoral de 2012, quando o ex-secretário de Administração e advogado Francisco Faiad - preso nesta terça-feira (14) - concorreu ao cargo de vice-prefeito de Cuiabá, na chapa encabeçada por Lúdio Cabral - conduzido coercitivamente à Delegacia Fazendária, hoje, para prestar depoimento.

De acordo com a denúncia, um total de R$ 1,7 milhão que foi desviado dos cofres públicos foi utilizado para o pagamento da dívida de campanha eleitoral de Faiad e Lúdio junto à empresa que fornecia combustível para o estado, enquanto outros R$ 916 mil foi destinado à formação de caixa da futura campanha eleitoral do grupo político de Silval Barbosa nas eleições de 2014, quando Faiad concorreu ao cardo de deputado estadual.

A defesa de Fracisco Faiad negou as acusações e afirmou que a prisão do ex-secretário foi desnecessária. Já Lúdio Cabral negou a existência de débito de R$ 1,7 milhão em combustíveis durante sua campanha à prefeitura de Cuiabá e que todas as dívidas foram devidamente registradas na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral e quitadas.

Lúdio ainda afirmou foi conduzido coercitivamente até à Defaz na condição de informante, não de investigado, e que achou desnecessária a determinação judicial, pois se apresentaria espontaneamente para prestar esclarecimentos, caso fosse intimado.





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