CST do leite é instalada na Assembleia Legislativa A próxima reunião está marcada para terça-feira (28), às 9 horas, provavelmente na sala de videoconferência.
A Assembleia Legislativa, por intermédio do deputado e líder do governo, Dilmar Dal Bosco (DEM), instalou a Câmara Setorial Temática (CST) do desenvolvimento da cadeia produtiva do leite em Mato Grosso. A ideia, segundo o parlamentar, é estudar e discutir a representação e o fortalecimento do produtor de leite e da indústria de laticínio em todos os 141 municípios mato-grossenses. Dal Bosco afirmou que é preciso buscar mecanismos legais para que os produtores de leite garantam o desenvolvimento pleno e sustentável dentro da cadeia do leite em Mato Grosso.
“É preciso que a Assembleia, o governo, os produtores e as indústrias de laticínio se unam para fomentar uma cadeia produtiva mais forte e, com isso, resolver os gargalos que existem nesse segmento. É fundamental que os setores envolvidos tenham crédito e que o homem do campo tenha mais dignidade”, explicou o parlamentar.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mato Grosso (Sindilat-MT), Antônio Dornelli Filho, afirmou que existem cerca de 50 mil pequenos produtores de leite em Mato Grosso. Para ele, a criação de um novo fundo pode inviabilizar os produtores financeiramente.
“Hoje, cobrar uma taxa do produtor de leite é inviável. Tenho uma pequena indústria e para conseguir 50 mil litros de leite são necessários 900 produtores. Mas se a formatação de um fundo for definida, que os recursos arrecadados sejam investidos na assistência técnica dos produtores de leite de todo o estado”, disse Dornelli Filho.
O representante do gabinete de Desenvolvimento Regional do Governo do Estado, Antônio Carlos F. Paz, disse que hoje 80% da produção de leite vem dos pequenos produtores, com a produção de 50 litros por dia. Segundo ele, Mato Grosso é o 10º produtor de leite, atrás do Tocantins e Rondônia.
“Hoje, dos cerca de 110 mil produtores que vivem nos assentamentos, 90% não têm titulo de propriedade. Isso dificulta o financiamento junto aos bancos. A cadeia leiteira é um segmento que não pode esperar mais. Ela é um setor que fomenta a economia mato-grossense”, afirmou Antônio Carlos.
Para o representante da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite), Valdécio Tarcir Resende, caso o pequeno produtor não se fortalece nos próximos anos, a tendência é de a indústria de laticínio mato-grossense fechar as portas em dois anos.
“É preciso ter um setor organizado e que os produtores de leite tenham o mínimo de condições de trabalho, se isso não for feito, as indústrias vão fechar as portas em dois anos. A cada ano, pelo menos 25% dos produtores deixam de produzir leite. Se não der um incentivo rápido para os produtores, as indústrias fecham as portas”, disse Resende.
Representando seis cooperativas de leite de Mato Grosso, Sebastião Reis, afirmou que é preciso para de falar que “o pequeno produtor de lei é coitado. Ele é empresário. Ele tem que crescer e ser estimulado a produzir”. Reis sugeriu que as indústrias do setor que contribuem com o Prodeic sejam beneficiados com os recursos arrecadados pelo fundo e não destinados a outros setores que não tem ligação alguma com a cadeia produtiva do lei.
O presidente da CST, Augusto Zanata, disse que em Mato Grosso são necessários pelo menos mil técnicos para dar assistência ao segmento leiteiro. Hoje, segundo ele, não têm 50 técnicos. ‘É preciso mudar essa realidade dos produtores de leite”, destacou Zanata.
A próxima reunião está marcada para terça-feira (28), às 9 horas, provavelmente na sala de videoconferência da Assembleia Legislativa. A pauta desse dia será trabalhar o Estatuto da Associação do Fundo de Qualidade, Produtividade e Segurança Alimentar do Leite – FQPS/Leite.