Escola Presidente Médici celebra a diversidade em projeto de tribos urbanas
Valorizar a diversidade urbana, cultural e linguística foi o propósito do projeto Discursos das Tribos Urbanas, apresentado nesta sexta-feira (07.07) pelos alunos da Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá. A intervenção é resultado do mestrado de uma das professoras da instituição de ensino.
Ana Paula Moreira dos Santos, que leciona Língua Portuguesa na escola, contou que o projeto é uma extensão de sua pesquisa do mestrado. “Surgiu da necessidade de abordar o problema que os jovens relataram, de que a escola não os ouvia, não acompanha as transformações que acontecem na rua, as ocupações dos espaços urbanos. Então, porque não trazê-los por meio desse projeto que dá voz à essência de quem eles são”, lembra a professora.
Foram quatro meses trabalhando dentro da proposta, com textos e pesquisas sobre as tribos urbanas. “Um dos exemplos foram as buscas pelas gírias, os discursos, como funcionam e como podem mudar o sentindo dependendo da construção. Durante esses meses, eles construíram no dicionário informal online, todo o fruto desse trabalho teórico”, ressaltou.
Para finalizar o projeto, os alunos representaram as tribos urbanas em cima do palco principal do colégio. A apresentação contou com músicas, teatros, apresentações cultuais. Em meio aos alunos, representando a diversidade de estilos, estava a diretora da escola, Patrícia Carvalho.
“Valorizar a diversidade, com as diferenças, dentro de uma escola com quase dois mil alunos é muito difícil, mas não temos conseguido com o apoio dos professores e dos alunos, que são a melhor parte do ensino-aprendizagem. Então, estamos conseguindo conciliar isso de forma harmoniosa, que é muito importante”, ressaltou.
A escola, que funciona nos períodos matutino e vespertino, atende alunos dos 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. “Estamos trabalhando para deixar claro aos alunos que eles são capazes de alcançar seus objetivos. Não é a escola que eles estudam, nem a classe econômica que vai determinar o potencial deles. É só aceitar o desafio que eles vão crescer”, finalizou a diretora.
Trabalho em grupos
O secretário adjunto de Políticas de Gestão de Pessoas da Educação, Édiulen Jesus de Arruda Leite, afirma que esse tipo de ação é uma forma de acolher todos os alunos. “É importante entender o eu de cada um, então, um evento como esse é um ganho para gestão e um ganho maior para os alunos. A ideia é muito boa e mostra aos alunos a importância de socializar com as diferenças”, destacou.
E é assim que pensa Julia Carolina, aluna do 8º ano. Aos 13 anos, ela conta que achou a iniciativa bastante criativa. “Gostei muito, mostrou que a escola é um espaço que pode receber diversas pessoas, de estilos diferentes. A escola é uma diversidade, ninguém é igual. Esse é meu primeiro ano aqui no Médici e eu estou gostando bastante”, disse.