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POLÍTICA
Segunda - 14 de Agosto de 2017 às 14:39
Por: Redação TA c/ O ESTADÃO

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Foto: José Patrício, Dida Sampaio, André Dusek, Felipe Rau, Márcio Fernandes, Fábio Motta/Estadão

Numa tentativa de superar as discussões sobre corrupção, pré-candidatos ao Palácio do Planalto têm se preocupado em moldar um discurso sobre economia que deverá nortear as campanhas em 2018. No foco do debate eleitoral a ser travado no ano que vem estão as reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB).

Até mesmo o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que costuma ser avesso ao tema em entrevistas e declarações, afirma que tem buscado ajuda de um nome do mercado financeiro para incorporar questões econômicas em seus discursos. Ele, porém, não revela quem é o profissional e diz apenas que é um "quatro estrelas". "Se eu disser o nome ele passará a ser perseguido e pode até ser demitido", disse quando questionado pelo Estado.

À frente nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é quem mais diretamente tem explorado o assunto, associando a agenda reformista ao impeachment de Dilma Rousseff.

Enquanto isso, outros nomes da oposição como Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) adotam um tom mais ameno ao abordar as reformas. Embora façam críticas pontuais às propostas de Temer, defendem a necessidade de o próximo presidente levar adiante as mudanças estruturais caso o atual falhe na missão.

"O problema da Previdência no Brasil é que 2% dos beneficiários levam mais de um terço do benefício, e nisso não está se mexendo. É muito melhor você fazer uma coisa realista, que estabeleça uma transição, e acabe com 100% disso para o futuro, impondo um teto para todas as categorias profissionais que passe a valer daqui 10 ou 15 anos", disse Ciro, ensaiando um discurso que ataca o "calcanhar de Aquiles" da reforma previdenciária de Temer: a manutenção de privilégios.

Conselheiros. Para formatar seu programa de governo, Ciro tem contado com a ajuda dos ex-ministros Mangabeira Unger (governos Lula e Dima) e Luiz Carlos Bresser Pereira (governo Sarney). O pré-candidato do PDT, que por ora diz não ter a intenção de compor uma chapa com Lula, tem percorrido universidades em palestras na qual mescla sua habitual língua afiada ao falar de adversários a teorias econômicas.

Já Marina tem ao seu lado economistas que a acompanham desde a criação da Rede, como Eduardo Giannetti da Fonseca, José Eli da Veiga e Ricardo Abramovay. Sua intenção é tentar se colocar como uma alternativa de centro-esquerda na disputa de 2018. A inspiração, nas palavras de um aliado, será o presidente francês Emannuel Macron, eleito em maio com discurso considerado à direita do governo do socialista François Hollande, de qual foi ministro.

Lula também tem consultado economistas para ajudá-lo a montar um plano de governo desde o início do ano. Entre eles estão Luiz Gonzaga Belluzo e Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda. As consultas, segundo sua assessoria, continuam mesmo em meio à possibilidade de ele ser impedido de ser candidato em 2018, no caso de sua condenação na Operação Lava Jato seja confirmada em segunda instância e ele seja enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Governistas. Do lado governista, tanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), quanto Doria ­–os dois nomes mais cotados para uma eventual candidatura tucana --, têm defendido as reformas de Temer.

O governador tem focado seu discurso na defesa da criação de empregos como solução e tenta deixar um legado no governo de São Paulo para servir de cartão de visita em uma eventual candidatura. Já o prefeito tem na boa relação com o mercado e a imagem de empresário bem sucedido seu trunfo eleitoral.





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