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POLÍTICA
Sábado - 02 de Setembro de 2017 às 15:33
Por: Redação TA c/ Gazeta Digital

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Foto: Antonio Araujo/Mapa

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que Eumar Novacki, atual secretário-executivo do Ministério da Agricultura e braço-direito do ministro Blairo Maggi (PP), o procurou para indicar o advogado de Maggi a fim de "alinhar a defesa" de ambos em relação à Operação Ararath, em 2013.

Blairo Maggi era investigado por suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, além de ser acusado de ter usado dinheiro de esquemas ilegais para a "compra" de vaga no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) que ao final ficou com o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida.

A informação faz parte da delação premiada do ex-governador Silval, firmada com a Procuradoria-Geral da República e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no dia 9 de agosto.

De acordo com Silval, Eumar Novacki o procurou, “a pedido de Maggi”, logo após a busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na residência do empresário Junior Mendonça, em 2013. Mendonça, posteriormente, tornou-se o principal delator da Operação Ararath.

Silval afirmou que Novacki esteve no Palácio do Governo em nome de Maggi, com a intenção de apresentar o advogado Sebastião Monteiro, que seria o advogado de Maggi e responsável por acompanhar a investigação da Ararath.

“Que Eumar Novacki sugeriu ao declarante a contratação de Sebastião Monteiro para que a defesa fosse uniforme, evitando eventual contradição; Que o Declarante concordou e Eumar Novacki pediu a Sebastião Monteiro que entrasse no gabinete”.

Na ocasião, teriam iniciado as tratativas sobre os honorários advocatícios cobrados por Sebastião Monteiro, especialmente após o advogado ter alegado que teria "muita influência dentro do MP e que poderia ter informações privilegiadas para a defesa". No entanto, Sebastião não indicou nomes. Mesmo assim, Silval o contratou.

“Que o fato de Eumar Novacki ter apresentado o 'pedido de contratação' oriundo de Blairo Maggi foi determinante ao Declarante para a contratação do profissional, vez que o Declarante já tinha advogados constituídos nas pessoas de Valber Mello e Ulisses Rabaneda”, afirma o ex-governador.

Silval afirmou ainda que marcou uma reunião com Sebastião no escritório do advogado e lá acertou a quantia de R$ 250 mil. “Que Sebastião Monteiro informou ao Declarante que se tratava de uma reunião secreta e pediu que deixasse o celular com seu ajudante de ordem (do governo)”.

Durante a reunião, Sebastião queria saber de muitos fatos, além da "compra e venda" do cargo de conselheiro do TCE entre os conselheiros Alencar Soares e Sergio Ricardo. Motivo pelo qual Silval se distanciou do advogado.

No entanto, em maio de 2014, Silval tomou conhecimento de que Sebastião era “cunhado ou concunhado” do Promotor de Justiça Marcos Regenold. Por isso, Silval voltou a se encontrar com Sebastião no momento da lavratura de sua prisão em flagrante, ainda no mês de maio.

Silval foi preso após a Polícia Federal encontrar uma arma com o documento de posse vencido durante o cumprimento do mandados de busca e apreensão da operação Ararath. Ele foi encaminhado a Superintendência da Polícia Federal e, depois de prestar depoimento e pagar a fiança de R$ 100 mil, foi colocado em liberdade.

“Que o declarante não chamou o advogado Sebastião Monteiro no momento em que ocorreu a busca e apreensão na residência do Declarante, em 20 de maio de 2014, tendo Sebastião Monteiro comparecido apenas na sede a Polícia Federal”.

Outro lado – A reportagem entrou em contato com o atual secretário-executivo Eumar Novacki, porém, ele não atendeu as ligações.





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