Lula está mais confiante em absolvição
Ainda não dá para abrir um Domaine de la Romaneé-Conti — o vinho que Lula tomou em 2002 para comemorar a vitória — mas o ex-presidente ficou bem mais confiante depois do Ministério Público Federal pedir a sua absolvição da acusação de comprar o silêncio de Nestor Cerveró. No entorno de Lula está proibido cantar vitória antes do tempo, mas à coluna, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que “a justiça está sendo feita" e que a decisão abre a possibilidade de que haja uma “tendência de absolvição nos outros cinco processos”. Sua crença é reforçada no fato das denúncias do ex-senador Delcídio do Amaral não terem sido acolhidas, e elas “eram o elo comum entre todos os processos”.
Candidatura Na entrevista, Zanin foi sempre muito cauteloso em não misturar o cliente com o candidato. “Eu me preocupo apenas com o processo legal, mas se forem cumpridos todos os trâmites legais e se forem seguidos os próprios prazos do tribunal em outros julgamentos, o julgamento do presidente Lula só vai ocorrer daqui a um ano ou um ano e dois meses”, afirmou. Embora tenha evitado fazer essa análise, se o cálculo dele estiver correto, a candidatura de Lula na eleição do ano que vem está garantida. E é nessa aposta que os petistas depositaram todas as fichas. Os partidos têm até 15 de agosto de 2018 para registrar os candidatos. Se Lula for confirmado pelo PT e, eventualmente, for condenado depois em segunda instância, sua inelegibilidade, em caso de vitória, só poderá ser feita pelo Tribunal Superior Eleitoral após a sua diplomação como presidente, no final de dezembro de 2018.
Ninguém precisa ter o dom da premonição para saber que se o TSE for contra a decisão das urnas, o País vai, enfim, conhecer a mãe de todas as crises.