SEGURANÇA
Taques cobra mais recursos da União para combater crimes na fronteira
O governador Pedro Taques cobrou mais empenho do Governo Federal no auxílio aos Estados brasileiros em ações de combate à criminalidade e aumento da segurança na região de fronteira. Taques participou na manhã desta sexta-feira (27.10), em Rio Branco (AC), do Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança Pública e Controle das Fronteiras: Narcotráfico, uma emergência nacional", com a presença de quatro ministros de Estado e outros 19 governadores.
"Nós estamos vivendo uma situação de emergência. Precisamos da criação de um fundo, precisamos de dinheiro. Só os Estados não têm condições de bancar a segurança", disse o governador de Mato Grosso. Ele sugeriu, ainda, que o BNDES crie uma linha de crédito para que os Estados possam aparelhar melhor suas forças policiais. "Leis e projetos não vão resolver nossos problemas. Precisamos de menos discurso e mais recurso. A longo prazo, precisamos de mudanças constitucionais que possam trazer para a União mais responsabilidade na segurança pública".
O governador Pedro Taques, em seu discurso no evento, disse que mesmo em meio à crise Mato Grosso tem conseguido reduzir os índices de criminalidade. Ele citou a queda de 12% no número de homicídios em Mato Grosso, além da redução nos números de roubos e furtos.
Carta do Acre
Ao final do encontro, os ministros e governadores assinaram um documento, a Carta do Acre, com uma série de sugestões de medidas que devem ser discutidas e implementadas futuramente. Entre elas está a construção de soluções em conjunto para enfrentar o narcotráfico e o tráfico de armas e munições. "Acordamos a necessidade de unir esforços entre o Governo Federal e os Estados da Federação em ações planejadas, estruturadas e integradas entre as Forças de Segurança e Inteligência em todos os níveis", diz um trecho da carta.
Entre as ações estão a criação de um plano nacional integrado de Segurança Pública, integração de ações de Inteligência, fortalecimento da cooperação internacional na faixa de fronteira e a liberação de recursos para o fortalecimento do sistema prisional.
"A Segurança Pública é uma das questões mais importantes e urgentes para a sociedade brasileira. É um desafio que temos o dever de enfrentar juntos, dentro dos marcos da federação", disse o ministro Aloysio Nunes, da Relações Exteriores, ao citar duas propostas de ações do ministério no combate a crimes transnacionais.
A primeira foi estabelecer mecanismos operacionais com países vizinhos para integrar os sistemas de monitoramento de fronteira. "Essa iniciativa dará musculatura à cooperação para a troca de informações de Inteligência com enorme potencial para o desmantelamento de organizações criminosas", argumentou. A segunda proposta é a necessidade de construir uma governança regional na América do Sul na área de Segurança Pública. "Precisamos estabelecer uma visão comum sobre as necessidades, vulnerabilidades, potencialidades e desafios que compartilhamos. O Itamaraty está empenhado em mobilizar os países da América do Sul nessa direção", completou o ministro.
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, também participou do encontro e defendeu mais união entre os Estados e o Governo Federal no combate à criminalidade. "O Brasil é vizinho de um dos maiores produtores de maconha e cocaína. E consequentemente o segundo maior consumidor. Essa realidade é dramática e precisa ser enfrentada. Estamos todos em uma só voz fadados a trabalhar juntos. É preciso que as nossas políticas reflitam isso", concluiu Torquato Jardim.