Empaer planta mudas de pequi para recuperar áreas degradadas
De acordo com Arcanjo, para produzir a muda de pequi é necessário colher os frutos bem maduros, aqueles caídos no chão, e selecionar os melhores. Em seguida, para retirada da polpa do fruto as sementes são colocadas em imersão num tambor com soda cáustica durante um dia. Após o banho, a semente segue para um equipamento que vai fazer toda limpeza do caroço, retirando a polpa e os espinhos. A última etapa é secar e conferir se a amêndoa está solta dentro do caroço. Ai sim, ela está pronta para o plantio. “A muda do pequi é de difícil germinação e em alguns casos, a semente poderá ser tratada antes do plantio, garantindo mudas produtivas”, esclarece Arcanjo.
As sementes foram colhidas na propriedade do agricultor rural Sebastião Jesuíno de Oliveira, na Fazenda Triângulo, localizada no município de Chapada dos Guimarães, nas proximidades do Lago do Manso. Segundo Arcanjo, 90% das sementes são coletadas no Vale do Rio Cuiabá, e para produzir o pequi é necessário ter alguns cuidados, tais como, a escolha correta da semente, o preparo da terra, plantio, irrigação e evolução da planta.
Conforme decreto do Governo do Estado, o Pequi (Caryocar brasiliense) é considerado uma das árvores símbolos de Mato Grosso, representando o bioma cerrado. É uma planta frutífera que representa os costumes, tradição, culinária e é muito utilizada para recuperar áreas degradadas. De acordo com a pesquisadora da Empaer, Lozenil Carvalho Frutuoso, que estuda há mais de 15 anos o comportamento de espécies frutíferas oriundas da região Centro-Oeste, o fruto do pequi pode germinar entre 25 dias e 12 meses.
A pesquisadora esclarece que o pequizeiro floresce de agosto a dezembro, e que a maturação do fruto em Mato Grosso é tardia, começando em janeiro e terminando em março. Normalmente uma árvore de pequi produz em média dois mil frutos por colheita, e começa a produzir no quinto ano, após o plantio.
Espécies do Cerrado
No Estado foram encontradas quatro variedades. Perto da capital há o pequi de tamanho pequeno, o mais consumido na culinária. Os de tamanho médio são encontrados em Barra do Garças e os grandes em São Félix do Araguaia. O pequi sem espinho é encontrado no Xingu, na reserva indígena. As mudas de pequi serão utilizadas pelo viveiro da Empaer e Instituto Ação Verde para recuperação de áreas degradadas.