Deputado apresenta requerimento para instalar a CPI dos Frigoríficos na AL
Segundo Nininho, os frigoríficos em Mato Grosso praticam um preço desvalorizado da arroba do boi. “A desvalorização da carne mato-grossense é um reflexo de uma atividade ilícita chamada monopólio. Com o fechamento de 20 plantas frigoríficas, fica quase impossível para o produtor ter competitividade na hora de vender seu boi. Hoje, o valor da arroba está inferior em mais de 15% se comparado a outros estados como São Paulo, um tempo atrás essa diferença não passava de 8%”, afirma.
O foco principal da CPI será a normatização e fiscalização do segmento da carne. “Queremos um equilíbrio que fique bom para produtores, frigoríficos e sociedade em geral, empregando mais pais de famílias e não causando desemprego como está acontecendo agora”, reforça Nininho.
A CPI vai abordar também o recebimento, por parte das empresas, de incentivos fiscais e financiamentos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Será investigado também o atendimento das obrigações impostas nos termos de compromisso firmados pelas empresas com o poder público para estes financiamentos e incentivos fiscais, como por exemplo, a responsabilidade social dessas empresas.
Segundo o deputado Estadual José Domingos (PSD), as empresas receberam incentivos federais, estaduais e municipais. “Com todo esse incentivo fiscal, algumas empresas compraram plantas frigoríficas, algumas produzindo, e fecharam sem mais nem menos, causando inúmeras demissões e prejudicando a economia da região”, dispara Domingos.
O deputado Nininho acredita que a CPI precisa estudar três pontos para ajudar o setor: melhorar a transparência na formação de preços da cadeia; incentivar plantas para vendas internas – Serviço de Inspeção Estadual (SISE) e uma política tributária diferenciada, levando-se em conta: região x distância x compensações.
Segundo Nininho, a CPI necessita do apoio de todos os órgãos fiscalizadores. “Vamos fazer um estudo e analisar cada planta de frigorífico fechada, e trabalhando com cautela e muita transparência. Queremos contar com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público do Trabalho, além de todos os órgãos de defesa do consumidor”, finalizou.
Segmento da Carne
Na semana passada o deputado Nininho se reuniu com representantes do setor para colher dados e informações sobre as empresas para embasar a CPI.
Estiveram presentes na reunião: o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José Bernardes; o economista e consultor técnico da Acrimat, Amado de Oliveira Filho; o presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Luciano Vacari; o presidente do Fundo de Apoio à Bovinocultura de Corte (Fabov), Jorge Pires e o pecuarista Ricardo Castro Cunha que é membro do conselho fiscal do Fundo de Emergência de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa). Além dos deputados estaduais Oscar Bezerra (PSB) e José Domingos Fraga (PSD).