População auxilia investigações criminais pelo disque-denúncia Número de denúncias anônimas feitas pelo 197 e 181 aumentou 4,7% em 2017, em comparação com ano anterior
A atividade investigativa requer atenção redobrada e minuciosa, para que nenhum detalhe seja ignorado. Informações muitas vezes consideradas irrelevantes podem ser cruciais para a resolução de um crime. A população parece estar cada vez mais ciente disso, já que o número de denúncias anônimas feitas pelo 197 (Cuiabá e Várzea Grande) e 181 (Todo o estado) aumentou 4,7% em 2017, quando houve 8.329 registros, em comparação com o ano anterior, que registrou 7.932 chamadas.
Os dados são referentes ao período de janeiro e dezembro dos últimos dois anos e integram o relatório consolidado de denúncia, do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). O tráfico de drogas lidera o tipo de crime denunciado tanto em 2017, que contou com 3.409 denúncias (quase metade do total), quanto em 2016, que somou 2.440. As denúncias relacionadas ao tráfico de drogas contribuíram com ações policiais que resultaram, em 2017, na apreensão de mais de 11 toneladas de entorpecentes em Mato Grosso.
O roubo também apresenta grande volume de denúncias anônimas: foram 623 no ano passado, contra 580 no ano anterior. O porte ilegal de armas (445 denúncias), homicídio (322), e informações sobre fugitivo (337) também estão entre os maiores registros de ligações ao 197/181 em 2017. O aumento da participação da sociedade, na avaliação da gerente administrativa de denúncias do Ciosp, Daise Luck, é motivado pela credibilidade das forças de segurança. “O cidadão tem a certeza de que o anonimato será mantido e, muitas vezes, vê que aquela informação fornecida por ele foi muito importante para a resolução de um crime e punição dos envolvidos”.
Uma equipe de policiais civis da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) é responsável por filtrar as denúncias recebidas e encaminhá-las às delegacias para investigação. Nos casos em que a ocorrência é referente a um fato imediato ou prestes a acontecer, também é necessário acionar a Polícia Militar (PM-MT), que se desloca ao local que consta na denúncia. Além disso, também são recebidas algumas chamadas que envolvem casos da jurisdição do Ministério do Trabalho, Polícia Federal, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) ou Executivo Municipal, e recebem o devido encaminhamento.
Um exemplo recente do resultado do disque-denúncia foi a prisão em flagrante de uma mulher, feita pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG), por receptação de produtos roubados/furtados no bairro São Mateus. No dia 02 deste mês, a Polícia Civil apurou denúncia informando que a jovem Ketima Lorrayne Dias Boaventura, de 21 anos, traficava drogas e também expunha o filho de dois anos de idade e outras crianças e adolescentes que vivem na mesma casa à situação de risco. Inclusive, de acordo com a investigação, permitia que os menores fizessem a entrega do entorpecente aos usuários.
Informações determinantes
Outro caso que ganhou repercussão e contou com a ajuda do disque-denúncia foi o sequestro da empresária Milene Falcão Eubank, ocorrido em novembro do ano passado, em Cuiabá. O policial civil Sidney Ribeiro dos Santos, de 40 anos, que participava do resgate e buscas pelos suspeitos, foi atingido no rosto. Com a ajuda de denúncias anônimas, duas pessoas que estavam foragidas foram presas suspeitas de envolvimento no crime. Segundo o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derfva), Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, que conduz esta investigação, afirma que a participação da sociedade é fundamental para a resolução dos casos. “Não só neste fato, mas em muitos outros contamos com a ajuda do disque-denúncia. Em alguns casos, por exemplo, as informações que recebemos são determinantes e contribuem muito para a recuperação de veículos e prisão de envolvidos”.
Apenas um dos suspeitos em participar do sequestro da empresária, Kelves Gonçalves da Silva (vulgo “Kelvinho), de 28 anos, continua foragido. Ele possui extensa ficha criminal por roubo e sequestro. A população que tiver qualquer informação sobre ele ou qualquer outra ocorrência pode entrar em contato pelo 197 ou 181, ou ainda pelo e-mail denunciapc@pjc.mt.gov.br. Também é possível complementar a denúncia com foto ou vídeo pelo whats app (65) 99991-1197. A PM também possui dois canais para a população denunciar: 0800 65 3939 (ligação gratuita) e (65) 99987-0349 (whats app).