Ex-governador Silval Barbosa

Alvo da operação policial deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz), a empresa Viação Xavante Ltda, que tem Júlio César Sales Lima como um dos sócios, é suspeita de ter pago propina de R$ 6 milhões ao ex-governador Silval Barbosa. Na operação, que investiga um esquema de fraudes em concessões do transporte intermunicipal, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão contra empresas do setor.

Em sua delação premiada, o ex-governador Silval citou a propina paga pela empresa e garantiu que o intermediador foi o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima. Silval relatou que Chico Lima elaborou um decreto para prorrogar a concessão do serviço de transporte intermunicipal de passageiros no Estado após o representante das empresas interessadas nas linhas prometer pagar R$ 6 milhões em propina em 2014.

Sobre os valores, o ex-governador revelou que um adiantamento de R$ 400 mil foi repassado por Eder Augusto Pinheiro, que é sócio da empresa Verde Transportes e também alvo da operação deflagrada nesta quarta-feira (25).

"Chico Lima informou ao declarante que Eder Pinheiro prometeu pagar, em nome do segmento das empresas de transportes rodoviários de passageiros, o valor de R$ 6 milhões de forma parcelada; Eder Pinheiro adiantou R$ 400 mil reais a Chico Lima não sabendo o declarante se Chico Lima recebeu o valor combinado de 'retorno'”, consta em trecho da delação.

Do total da propina, o ex-governador disse que ficou com R$ 200 mil para pagamentos de algumas de suas contas. Afirmou na delação que o valor foi entregue a ele por Chico Lima.

Outras empresas que atuam no transporte intermunicipal em Mato Grosso também são suspeitas de envolvimento no esquema de pagamento de propina. Entre elas, o Grupo Martelli Transportes, do empresário Genir Martelli que é delator na Operação Ararath. A Martelli teria repassado pelo menos R$ 2 milhões em propina ao ex-governador. Em troca, as empresas recebiam créditos tributários.