Poderes se unem no combate ao crime organizado
A corregedora-geral da Justiça de Mato Grosso, desembargadora Maria Aparecida Riberio, recebeu a visita dos secretários de Estado de Segurança Pública (Sesp), Gustavo Garcia, e de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Fausto José Freitas da Silva, na última semana. A agenda foi um pedido dos órgãos do Executivo, com objetivo de estreitar as relações e fortalecer as ações de combate ao crime organizado. Após ouvir o pleito dos secretários, a corregedora defendeu uma comunicação mais efetiva e imediata entre as instituições visando agilizar os trabalhos e evitar a impunidade.
De acordo com Gustavo Garcia, a Sesp opera em diversas frentes e está intensificando o trabalho para combater a atuação das organizações criminosas no Estado, especialmente do Comando Vermelho. Conforme o secretário, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil atua na área investigativa, sob comando do delegado Diogo Santana Souza, auxiliado pelos delegados Luiz Henrique Damasceno e Caio Fernando Alvares de Albuquerque.
“Há uma série de ações promovidas pelo CV na tentativa de causar insegurança na população e nós estamos trabalhando para combater e evitar a propagação dessa guerra de informações. Hoje não disputamos território com o Comando Vermelho, eles não dominam nenhuma área e a polícia tem acesso a qualquer lugar, diferentemente de outros estados. Contudo, eles tentam divulgar o contrário para intimidar as pessoas. Isso é uma estratégia permanentemente combatida pela Polícia Judiciária Civil”, revelou.
A segunda frente apontada pelo secretário é da Polícia Militar. “Para demonstrar essa suposta força, o CV começou a fazer uma série de pichações pelos bairros. Fizemos então uma articulação entre Polícia Civil, Polícia Militar e Prefeitura de Cuiabá, e saímos em caravana para fazer a limpeza. Além disso, hoje o policiamento é ostensivo com Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e Batalhão de Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam). Estamos com força total nas ruas há pelo menos dois meses”, contou.
Segundo Gustavo Garcia, o terceiro foco de trabalho é a integração da Sesp com a Sejudh. “Aí começamos a articular ainda mais a questão da comunicação em relação aos faccionados. Por isso viemos aqui, para nos aproximar do Poder Judiciário e estender essa harmonização entre as instituições. Por meio dos nossos instrumentos de investigação e de inteligência apuramos informações de extrema relevância, que nos auxiliam a combater o crime organizado. Nossa ideia é trazer novos parceiros, como a Polícia Federal e a Vara contra o Crime Organizado, e fazer uma força-tarefa de enfrentamento. Precisamos mostrar que o Estado está presente e está unido no combate às organizações criminosas”, salientou.
Os magistrados presentes na reunião prontamente se propuseram a cooperar. A juíza auxiliar da CGJ-MT Ana Cristina Silva Mendes argumentou que as facções atuam nas fraquezas do poder público, que são justamente a falta de comunicação eficiente e de integração efetiva. O juiz do Núcleo de Execuções Penais de Cuiabá, Geraldo Fernandes Fidelis Neto, sugeriu a reativação do Comitê de Crise envolvendo todos os órgãos, como existia há cerca de cinco anos, com reuniões periódicas para tratar de interesses comuns. “O que o senhor está pedindo é tudo o que queremos e precisamos: integração”, afirmou.
Já os juízes da 7ª Vara Criminal da capital (que tem a competência de processar e julgar os delitos praticados por grupo criminal organizado com jurisdição em todo o Estado), Jorge Luiz Tadeu Rodrigues e Marcos Faleiros da Silva, enfatizaram a importância da reunião e de um diagnóstico da situação da unidade judiciária. Como assumiram há pouco tempo, propuseram a realização de uma correição na vara. “Voltaremos os nossos olhos para a 7ª Criminal”, garantiu a corregedora Maria Aparecida Ribeiro.
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