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POLÍCIA
Segunda - 09 de Julho de 2018 às 18:02
Por: Camila Paulino, do Gazeta Digital

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Divulgação/Assessoria OAB

O advogado criminalista Luciano Carvalho do Nascimento, que alega ter sido agredido por policiais civis da Gerência de Operações Especiais (GOE), protocolou nesta segunda-feira (9) na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) um pedido de providências junto ao secretário Gustavo Garcia, acerca das violações das prerrogativas sofridas por ele durante o exercício da profissão.

Luciano foi acompanhado de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) e da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas de Mato Grosso (Abracrim-MT).

Na noite da última sexta-feira (6) Luciano foi até a casa do cliente dele, também advogado Dyego Nunes da Silva Souza, acusado de ter atropelado o pintor Martiniano Cabral, 54, que segundo informações apuradas pela reportagem sofreu algumas fraturas em decorrência do atropelamento.

Os policiais civis da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran) identificaram o local onde morava o motorista e ao chegarem na residência abordaram os 2. Segundo os policiais, o acusado tentou resistir a prisão, por isso acionaram os policiais da GOE, que entraram na residência e prenderam ambos, sob alegação de que os advogados teriam soltado um cachorro da raça pit bull contra a equipe da Deletran.

Ao Gazeta Digital a presidente da Abracrim, Michele Marie, disse que o advogado relatou que a versão apontada pelos policiais é falsa e que as imagens gravadas no local mostram que ninguém soltou cachorros nos policiais.

"A gente sabe que não são todos os policiais que agem assim com esta truculência e agressividade, mas se eles tratam um advogado durante o exercício da profissão, desta maneira, imagine com o cidadão que vive na periferia? Eles que deveriam nos proteger, nos dar segurança, agir assim? Nos ameaçando o tempo todo, nos impedindo de ter acesso as informações dos fatos. A gente espera que sejam punidos e afastados, pois são profissionais que colocam em risco nossa segurança", disse a presidente da Abracrim.

Luciano preferiu não se pronunciar, mas por meio da Abracrim, informou que o tempo todo tentou manter a calma e pediu que os policiais agissem com prudência e dentro da legalidade.

O presidente da OAB-MT, Leonardo Pio da Silva Campos, frisou que neste caso, se trata de duas situações diferentes envolvendo advogados, porém a Ordem se posicionou apenas em defesa de Luciano, por ele ter sido coagido durante o exercício da profissão.

"Lembrando que são situações diferentes. Estamos aqui para proteger o direito de um advogado exercer sua profissão sem ser agredido ou repreendido, até porque nada justifica uma agressão. Agora quanto ao advogado que se envolveu no acidente, ele vai responder ao processo, como cidadão, não estamos defendendo o ato dele, até porque ele não estava no exercício da profissão no momento do acidente", esclareceu o presidente da OAB.

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O secretário de Segurança Pública, Gustavo Garcia, afirmou que a Corregedoria da Polícia Judiciária Civil (PJC) vai instaurar um processo para investigar o caso de forma imparcial. "O que cabe a nós é receber a denúncia e proceder com as investigações. Ainda não ouvimos os policiais envolvidos no caso, mas tudo será devidamente esclarecido no decorrer do processo", afirmou o secretário.

O caso

O advogado Dyego Nunes da Silva Souza, atropelou Martiniano Cabral, na região do CPA 4, na noite de sexta-feira e a vítima que foi levada ao Pronto-Socorro de Cuiabá, com alguns ferimentos, mas não corre riscos de morte.

Segundo a PJC, testemunhas relataram que um veículo Ford Fiesta seguia em uma rua no bairro CPA 4, por volta de 21h10 quando atropelou o pedestre e fugiu do local. Ele estaria embriagado e por isso fugiu sem prestar socorro. Dyego ligou e pediu ajuda ao amigo e advogado Luciano Carvalho.

Uma equipe da Deletran foi até a residência do proprietário do Ford Fiesta, no bairro Morada da Serra, onde encontrou o veículo estacionado com o para-brisa quebrado e a lateral riscada. O suspeito se recusou a realizar o teste do bafômetro e teria resistido a prisão.

O advogado Luciano Carvalho do Nascimento tentou impedir a prisão do colega informando que não se tratava de flagrante. Segundo a PJC, ele soltou um cachorro pit bull na equipe da Deletran. Os policias então acionaram outros policiais da GOE, que entraram na residência e prenderam ambos.

Os advogados alegam que os policiais agiram com truculência e agrediram os 2. Luciano ficou com alguns ferimentos e ainda na Delegacia do Verdão, foi atendido pela equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e em seguida foi levado a uma unidade de saúde, para atendimento médico e para realizar exames.

Dyego Nunes foi solto na tarde deste sábado após pagar fiança de 3 salários mínimos, equivale a R$ 2,8 mil. Já Luciano Carvalho, também liberado, vai responder por um termo circunstanciado de ocorrência.

Confira abaixo o vídeo do atropelamento que resultou na confusão entre advogados e policiais.





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