Juíza Selma diz que não subirá em palanque com investigados do PSDB
Candidata do governador Pedro Taques (PSDB) para senado, Selma Arruda (PSL) voltou a justificar a aliança com o PSDB. Desta vez, a juíza aposentada disse que não dividirá palanque com nenhum candidato que foi delatado pelo ex-governador Silval Barbosa ou que tenha problemas com a justiça.
A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Paulo Coelho, da rádio Capital FM, na manhã desta sexta-feira (27).
"Eu não devo dividir palanque com nenhuma dessas pessoas. Elas estão concorrendo nas chapas proporcionais e eu só vou dividir palanque com Nilson Leitão e Pedro Taques", disse Selma Arruda ao ser questionada sobre o PSDB.
Segundo ela, esse foi o palanque mais "leve" que o PSL encontrou por não existir nenhum uma pessoa condenada ou ficha-suja. "[O que] existe são pessoas envolvidas [em escândalos], processos em andamento e pessoas citadas, mas não existem condenações", justifica.
A pré-candidata reconheceu que pelo tamanho do partido do governador, seria impossível não ter pessoas com problemas judiciais e delatadas. "O PSL tinha uma necessidade de coligar com o PSDB por conta da falta de tempo de televisão e isso invibilizaria qualquer candidatura nossa", disse.
A declaração é uma referência aos deputados estaduais Wilson Santos (PSDB), Baiano Filho (PSDB) e o suplente de deputado Carlos Avalone (PSDB).
Wilson Santos e Baiano Filho foram denunciados pelo Ministério Público recentemente por um suposto envolvimento no esquema de corrupção que desviou mais de R$ 30 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT). O esquema foi alvo das operações "Bereré" e "Bônus" deflagradas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
Wilson ainda responde vários processos de quando era prefeito de Cuiabá: Rodoanel e contratações suspeitas são exemplos. Baiano Filho responde por processos de quando exerceu a função de secretário de Estado de Esportes e também é investigado na Operação Ararath, sob acusação de ter recebio mensalinho durante a gestão Silval Barbosa.
Avalone é investigado na Operação Ararath sob acusação de ter concedido propina para adquirir contratos com o governo. Já o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e o governador Taques são acusados pelo empresário Alan Malouf de serem os maiores beneficiários do esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) durante a gestão Taques.
As acusações foram encaminhadas a Procuradoria Geral da República (PGR) a pedido do próprio MPE.