Arcanjo nega crimes, vê maldade 'pura' e busca reconhecimento como empreendedor
Zaid Arbid, advogado de João Arcanjo Ribeiro, acompanhou nesta quinta-feira (02) seu cliente em audiência de justificação. O ex-bicheiro precisa explicar de forma convincente que não voltou a delinquir. Ele foi denunciado, em estado de anonimato, por supostamente reunir capangas e reivindicar a chefia do crime organizado em Cuiabá.
Antes de encarar o juiz, o único a falar, ainda nos corredores do Fórum, foi Arbid, comentando sobre as acusações. Ele resumiu a situação como “maldade pura”. “João Arcanjo Incomoda. João Arcanjo é uma pessoa diferenciada”, complementou o popular advogado.
“É maldade pura. Você acha que uma pessoa que passou mais de 14 anos reclusa, se desfez de tudo que fez, vai pegar e vai voar para o passado, para apenas um jogo do bicho, 20 ou 30 pontos, vai trocar a liberdade por um jogo de bicho?”, questionou o jurista ao lado de seu cliente.
Antes de ser chamado para a sala de audiências, Arcanjo, agora com traços de expressão mais saudáveis, se manteve quase calado, gesticulando com sorrisos irônicos quando questionado. Uma das poucas respostas foi que se sente feliz fora da prisão.
A necessidade de justificativa é recente. A Vara de Execução Penal de Cuiabá recebeu denúncias de que o ex-bicheiro estava de volta no mundo do crime. Dois supostos atentados foram registrados. Documentos também foram apreendidos pela Polícia Civil numa área de jogos ilegais. Nos papeis, constavam o nome do reeducando e alguns familiares.
Porém, segundo Zaid Arbid, seria pura desinteligência questionar as condutas recentes de seu cliente. “A última coisa que você pode pensar de João arcanjo Ribeiro é que ele seja estúpido. Jamais ele vai ser estúpido. Ele é conhecido pelo tirocínio, como empreendedor. Ele não vai voltar e trazer uma situação ao espaço para trás, e trazer uma situação contrária a ele”, afirmou.
A progressão de regime do ex-bicheiro, do fechado para o semiaberto, foi deferida em fevereiro de 2018, considerando o bom comportamento carcerário durante os 14 anos e 9 meses de detenção.
Segundo a defesa, a única ação de Arcanjo tem sido no sentido de comemorar a vida fora da cadeia. “Tem celebra a liberdade. Acima de tudo. E com respeito, com a devoção e com a reverência determinada pelo Poder Judiciário”.
“Hoje , mais que nunca, João Arcanjo Ribeiro acredita, precisa e põe fé na Justiça. Reverencia o Poder Judiciário”, finalizou.