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POLÍTICA
Domingo - 11 de Novembro de 2018 às 20:33
Por: Gazeta Digital

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Divulgação

Nefi Cordeiro, membro da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liminar e mandou soltar o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e deputado federal eleito, Neri Geller (PP), preso na última sexta-feira ( 9) durante a operação Capitu, desdobramento da Lava Jato que apura organização criminosa formada por parlamentares, empresários, executivos e funcionários do Mapa, que atuava para beneficiar o grupo JBS em troca de propina. A decisão é deste domingo (11).

De acordo com a defesa de Geller, o advogado Ricardo Monteiro, a decisão deve ser cumprida entre hoje e amanhã. "Nós estamos analisando se o presídio conseguirá administrativamente cumprir a decisão ainda hoje. Existem questões de segurança para a soltura", disse o advogado. A totalidade da decisão e seu teor será públicada no dia 13 de novembro.

Segundo Monteiro, a prisão temporária era desnecessária, já que o objetivo da operação era apenas ouvi-lo. "Uma simples intimação seria suficiente para ouvi-lo, já que são fatos de 2014. Com a proibição da condução coercitiva, muitos juízes estão utilizando da prisão preventiva. Mas ingressamos o HC no sábado e em 24 horas obtivemos êxito".

Conforme investigações da PF, Geller teria recebido valores mensais estimados em R$ 250 mil para dar continuidade aos favorecimentos ilegais da JBS no Ministério da Agricultura, assim que assumiu o lugar de Antônio Andrade, atual vice-governador de Minas Gerais e também preso na operação.

Depois de ser interrogado na sede da Polícia Federal de Rondonópolis (212 Km ao sul de Cuiabá), o ex-ministro passou a noite numa cela comum da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, conhecida como Mata Grande, já que não possui formação em nível superior.

Os crimes

Conforme a Polícia Federal, o grupo dependia de normatizações e licenciamentos do Mapa e teria passado a pagar propina a funcionários do alto escalão do Ministério em troca de atos de ofício, que proporcionariam ao grupo a eliminação da concorrência e de entraves à atividade econômica, possibilitando a constituição de um monopólio de mercado.

Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentre outros.

Caso haja condenação, as penas máximas poderão variar entre 3 e 120 anos de prisão, proporcionalmente à participação de cada investigado. Além de Geller e do vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os executivos da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, além de outras 6 pessoas, também foram detidos.





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