Equipamento permite reconstruir parte de projétil deflagrado
Segundo o perito criminal da Gerência de Perícias em Balística, Alfredo Jorge, quando um projétil encamisado entra em contato com tecidos do corpo humano, ou até mesmo com corpos rígidos, a sua ponta se abre em formato de pétalas e as marcas deixadas pelo cano da arma são parcialmente escondidas pela inversão destas.
Quando o projétil passa pelo cano da arma, o raiamento do cano imprime marcas que ficam na camisa do projétil. Sem este equipamento, apenas uma porção do corpo cilíndrico da camisa, cerca de um terço ou menos, é visível e submetido à análise. Já com esta ferramenta, conseguimos recuperar toda a forma da camisa, e assim, ampliar o campo de análise utilizado para o exame de confronto balístico, explicou.
Ainda, conforme o perito, a ferramenta desenvolvida por ele possibilita maior precisão aos laudos, e contribui para a agilidade nos exames. Os projéteis coletados em local de crime, ou extraídos do corpo das vítimas são trazidos para a gerência de balística juntamente com supostas armas utilizadas no crime. Aqui são feitas as coletas de projéteis-padrão para a análise de comparação microscópica com os projéteis questionados, e identificação da arma que produziu os tiros, pontuou.
Por meio da ferramenta é possível reconstruir camisas de projéteis deflagrados de diferentes calibres, entre eles: 32 S&WL, .38 Special, 9mm Luger, .380 Auto, .357 Magnum, .40 S&W e outros projéteis com calibres similares.
O aparelho, denominado Reversor de Camisa de Projétil, consiste de cilindros de polímero que possuem orifícios compatíveis com os calibres de projéteis a serem recuperados, e uma haste de aço inoxidável que ajuda a garantir o formato cilíndrico que o mesmo dará à camisa do projétil. Este é colocado sobre uma base (tipo copo) que irá receber a camisa após a sua recuperação.