Merendeira conta experiência de participar de concurso nacional
Os pratos escolhidos, um de cada região do país, foram preparados com ingredientes locais, toques especiais e muita criatividade. Do Centro-Oeste a vendedora foi Osmarina Pereira Assini, de Iporá (GO), com a torta saborosa de batata doce com peixe. Da região Norte, quem caiu no gosto dos jurados foi Maria Arlete da Silva, de Parauapebas (PA), com arroz de cuxá com charque. Anilda Berger, de Santa Maria de Jetibá (ES), ficou com o prêmio da região Sudeste, com bolo salgado de arroz. Do Sul, quem mais agradou foi Maria de Lourdes Fidelis, de Matelândia (PR), com torta de arroz nutritiva e do Nordeste Dejanira de Souza, de Salvador (BA), com abará de carne moída com aipim.
As receitas foram criteriosamente selecionadas por um grupo de jurados composto por cinco integrantes: um chef de cozinha, uma nutricionista, um conselheiro de alimentação escolar, uma aluna da rede pública e um convidado de instituição parceira do Concurso. Cada vencedora receberá o prêmio de R$ 5 mil reais, uma viagem internacional, kit com touca e avental personalizados e certificado de participação.
O objetivo do concurso é “valorizar o papel das merendeiras na promoção da alimentação saudável e reforçar a importância da educação alimentar e nutricional”, conforme pontuou Idilvan Alencar, presidente do FNDE.
Mato Grosso
Ingredientes tradicionais da gastronomia mato-grossense foram utilizados nas receitas finalistas. A originalidade e sabores da lasanha de banana da terra, prato inédito criado especialmente para o evento pela merendeira Silvana Aparecida Gentil Ribeiro, da Escola Estadual Zélia da Costa Almeida de Cuiabá, foi bastante elogiada. A simplicidade dos insumos escolhidos e o sabor da torta de legumes da merendeira Nelsi Hoffmann Cassemiro, da Escola Municipal Futuro Brilhante de Tangará da Serra, também agradou ao paladar.
As finalistas tiveram a oportunidade de participar durante dois dias de curso sobre elaboração de receitas e boas práticas na alimentação escolar, realizado na cozinha do Senai, em Taguatinga. Além da manipulação de alimentos, segurança na cozinha, higienização dos alimentos e do ambiente também foram abordados.
Para as representantes de Mato Grosso, a missão foi cumprida. “É uma experiência sem tamanho. Adquirimos conhecimentos que só tendem a contribuir com a nossa atuação”, destacou Silvana, ressaltando que “enriqueceu os nossos conhecimentos, ficamos bem à vontade. Com certeza foi muito válido participar do concurso, vivenciar cada etapa, e o que é melhor: o aprimoramento beneficiará os nossos alunos”.
De acordo com a nutricionista Lizia Soares, da Secretaria de Estado de Educação, que acompanhou a etapa nacional em Brasília, o aprendizado é o grande legado do concurso. “Acredito que vai inspirar e incentivar outras profissionais na arte da cozinha a participar das próximas edições”, salienta.
Essa primeira edição contou com mais de 2 mil inscrições de todo país e, após o processo seletivo, foram para a final três merendeiras de Salvador (BA), três de Santa Maria de Jetibá (ES), uma de Iporá (GO), três do Pará (duas do município de Paraupebas e uma de Vitória do Xingu), uma do Paraná, da cidade de Matelândia. Uma do Rio Grande do Sul, de Arroio do Padre e uma de Santa Catarina, da cidade de Mafra.
Avaliação
Tensão e ansiedade estavam “a flor da pele”, não apenas nesta quinta-feira (28.01), na cerimônia de premiação. Na quarta-feira (27.01), quando as finalistas passaram pelo processo de avaliação dos jurados a sensação pareceu um pouco pior. “Dentro do esperado saiu tudo bem. Era muita câmera filmando, não tinha como não ficar nervosa, além disso, não estávamos na nossa cozinha, o ambiente era diferente”, comentou Silvana.
Nesta etapa, o objetivo era analisar quesitos como apresentação, aroma, sabor, textura e cor. E conferir os critérios exigidos na classificação nas etapas (classificatória, estadual, regional) como viabilidade na alimentação escolar, valorização de hábitos locais, criatividade, atividade de Educação Alimentar Nutricional (EAN).