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POLÍTICA
Quarta - 27 de Janeiro de 2016 às 15:33
Por: Da Redação TA c/Assessoria

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 O deputado Wilson Santos (PSDB), líder de governo na Assembleia Legislativa, apresentou em coletiva à imprensa, na tarde de terça-feira (26), o documento-relatório extraído das oito audiências públicas feitas ano passado em oito cidades polos do estado, que atingiu mais de 2,8 mil pessoas, além de reuniões com diretores, reitores, doutores em educação, mestres, alunos e visitas em estados onde o ciclo de formação humana funciona adequadamente.

A principal proposta do parlamentar é que o ciclo funcione valorizando a aprendizagem, retendo aqueles que não apresentarem condições suficientes de seguir para o próximo ciclo. “Em Cuiabá, o ciclo está encaminhado, mas no estado, a realidade é outra”, diz o deputado.

Segundo ele, o ciclo é reprovado pela grande maioria dos professores. “Há um reconhecimento de que o ciclo é superior ao sistema seriado, é moderno e completo, mas não vai bem no estado”.

Nem os professores, conforme o parlamentar, têm dúvida de que o ciclo é melhor do que o seriado. “Mas o modelo não foi precedido de amplo debate e exige mais do professor, pois o ciclo não tem nota, mas, sim, conceitos”.

Segundo Santos, o ciclo é bom porque ensina a questionar e provocar e não apenas decorar. “É o modelo adotado nos países desenvolvidos, como França e Estados Unidos, onde o modelo tem alto nível”.

A grande maioria está descontente com o sistema adotado no ensino fundamental da rede estadual. “Quase todos, inclusive alunos, entendem que o ciclo é ideal, porém, não da forma como está sendo praticado. Não é isso que queremos para a nossa educação”, pontuou Wilson Santos. “Queremos o ciclo, com aprendizagem”, completou.

Conforme o deputado, os professores e alunos são vítimas deste quadro, e não culpados. “O ciclo só existe na teoria, na prática, a escola é seriada. Para se ter ideia, as universidades e faculdades públicas e privadas não formam para o ciclo de formação humana, que sequer tem material didático apropriado no estado. Aqui foi feito um processo gigantesco de mudanças, quando da implantação do ciclo, porém, sem suporte, sem preparação prévia dos docentes, gestores, equipe e do ambiente escolar”.

Diante das inúmeras dificuldades elencadas no relatório, o deputado enumera mais de duas dezenas de sugestões, entre elas, que o ciclo tenha tratamento como política de Estado, e não de governo, que tenha um projeto político-pedagógico, centro de formação e atualização dos profissionais (formação continuada), material de apoio para alunos e professores, qualificação dos gestores escolares, reestruturação e manutenção físicas das escolas, inovações tecnológicas,  o envolvimento das famílias e a ampliação dos recursos destinados à Educação. entre outras.

O parlamentar adiantou que as propostas apresentadas neste primeiro documento já entregue ao governador coincidem em 90%, com estudo idêntico da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), feito também no ano passado.

Santos afirma que “o Enem retém, a vida retém, o balcão de emprego retém. O que queremos, um indivíduo crítico, pensador, protagonista, que tenha conhecimento?”, questionou Santos, que aproveitou para anunciar novas discussões sobre a qualidade da educação estadual, a partir de fevereiro, repetindo o trabalho feito em 2015 nas oito cidades polos de Mato Grosso, nas audiências públicas sobre o ciclo de formação humana.

A expectativa do deputado é apresentar em junho deste ano, ao governador Pedro Taques (PSDB), um relatório definitivo sobre o assunto. “A primeira rodada de discussões já permitiu algumas sugestões. Nossa meta é chegar ao ciclo, não devemos recuar ao seriado, mas queremos fazer uma transição, ou seja, validar nesta transição o ciclo, praticando, primeiramente, o ciclo de formação com aprendizagem”, adiantou.

Para consolidar as mudanças, o deputado propõe que seja firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o Ministério Público do Estado, definindo a responsabilidade de cada agente envolvido com a educação.





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