Audiência Pública confirma desinteresse do governo em negociar fim da greve
Para os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), e os milhares de profissionais que compareceram na Audiência Pública, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, nesta segunda-feira (17.06), para debater a greve de 21 dias no estado, a ausência de representatividade significativa do governo do estado foi uma demonstração de desinteresse do governo em estabelecer um processo de negociação.
O interlocutor do governo presente foi o secretário adjunto da pasta da Educação, Allan Porto, que apenas reafirmou o que já foi apontado no documento oficial. Numa demonstração de que, assim como a secretária de estado, Marioneide Kliemaschewsk, não possui autonomia ou poder de decisão.
Para o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira, os profissionais saem da Audiência conscientes de que terão que continuar o enfrentamento para assegurar os direitos. E agora com apoio declarado de parte dos parlamentares. Uma parte mínima até então, com base nos integrantes da Comissão de Educação. Foi notada e destacada a ausência do presidente da Casa, deputado Eduardo Botelho, e até mesmo a deputada Janaina Riva, que em outras ocasiões fez a defesa dos direitos dos servidores do estado.
O comprometimento dos deputados Lúdio Cabral, Valdir Barranco, Thiago Silva, João Batista, Dr João, e Wilson Santos, sinalizou avanços nos encaminhamentos. Foi definida a elaboração de uma carta relatando as diferentes propostas e encaminhamentos apresentados pelos profissionais que ocuparam a tribuna. Essa será levada a todos os deputados para o comprometimento e, em seguida entregue ao governador como projeto de negociação. “Nós temos que ir pra cima dos colega deputados para alterar a correlação de forças a favor do governo, aqui na Assembleia”, destacou o deputado Lúdio Cabral.
O dirigente estadual do Sintep/MT, Henrique Lopes, apresentou slides onde comprovam a ausência de compensação das isenções e renúncias fiscais (artigo 245, parágrafo 3º da Constituição Estadual) no caixa da Educação; a manobra contábil com a alteração de crédito para débito do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), dos servidores da educação, entre outras interpretações equivocadas do governo, às leis do estado e também federais. “O Sintep apresenta onde está o problema da crise de Mato Grosso, e precisamos colocar o dedo na ferida para mostrar qual o estado queremos para as famílias que aqui vivem”, disse.
“Estamos pagando uma conta pela irresponsabilidade do governo, que se furta a comparecer ao debate, para dialogar e procurar uma saída para a greve”, concluiu o Valdeir Pereira.
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Assessoria/Sintep-MT