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POLÍTICA
Terça - 03 de Setembro de 2019 às 00:05
Por: Correio Braziliense

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© Foto: Washington Alves/Reuters

Com oito meses completos de governo, marcado pela demissão de três ministros até agora e em meio a uma crise com países europeus sobre as queimadas na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro perderia a eleição para Fernando Haddad (PT), caso o segundo turno da eleição fosse disputado hoje. É o que aponta uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta segunda-feira (2/9) pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o Datafolha, Haddad teria 42% dos votos contra 36% de Bolsonaro. Outros 18% votariam branco ou nulo e 4% não souberam responder. No segundo turno da eleição presidencial do ano passado, realizado em 28 de outubro, Bolsonaro venceu o petista por 55,13% a 44,87% dos votos válidos — o Tribunal Superior Eleitoral exclui os votos brancos e nulos da totalização.

O Datafolha também registrou um aumento na reprovação da gestão do presidente. Subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho, e diversos indicadores apontam uma deterioração de sua imagem. É o pior índice de avaliação obtido por um presidente da República desde o Plano Real. Com oito meses de governo, Fernando Henrique Cardoso tinha 15% de desaprovação em 1995; Luiz Inácio Lula da Silva, 10% em 2003; e Dilma Rousseff, 11% em 2011.

Já a aprovação de Bolsonaro caiu de 33% em julho para 29% agora. A avaliação do governo como regular ficou estável, passando de 31% para 30%. Foram ouvidas 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

De acordo com o Datafolha, o presidente perdeu apoio entre os brasileiros mais ricos, faixa da população que recebe mais de 10 mínimos. A aprovação (ótimo/bom) nessa faixa caiu de 52% para 37%. Sobre o índice de confiança, 44% dos entrevistaram afirmaram "nunca confiar no presidente"; 36% às vezes; 19% sempre; e 1% não sabe.

Demissões

Bolsonaro demitiu três ministros nos primeiros meses de governo. O advogado Gustavo Bebbiano, da Secretaria Geral da Presidência da República, iniciou a lista, sendo exonerado com 48 dias de mandato, após se desentender com Carlos Bolsonaro e ter seu nome associado à denúncia de candidaturas de laranjas do PSL durante as eleições 2018. Ele foi substituído pelo general Floriano Peixoto, do Exército Brasileiro.Menos de dois meses depois, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, sugerido pelo filósofo Olavo de Carvalho para chefiar o ministério da Educação, deixou o cargo em meio a declarações polêmicas e boicotes.

A Secretaria-Geral foi palco de novas mudanças quando o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, um dos principais nomes nas Forças Armadas e que já havia assumido a chefia da pasta no lugar de Peixoto, foi exonerado após atrito com a ala olavista do governo.





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