GREVE/CORREIOS
Trabalhadores retornam, mas permanecem em estado de greve
Os trabalhadores nos Correios de Mato Grosso em greve há 36 dias decidiram, em assembleia geral, retornar ao trabalho.
Eles permanecerão em estado de greve.
A greve dos correios teve início depois que a empresa decidiu retirar de 70 dos 79 direitos assegurados em Acordo de Trabalho em 2019/2021. Eles também lutam por concurso e contra a venda da empresa.
Os direitos retirados representam um corte de 40% nos vencimentos da categoria, um valor significativo principalmente nesses tempos de crise.
Na segunda-feira,21, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizou o julgamento que acabou em derrota para os trabalhadores.
O TST manteve de fora as cláusulas que garantiam ganhos financeiros.
O tribunal fixou a reposição salarial em 2,6%, o que simplesmente recupera a inflação, sem qualquer ganho real.
Como falamos quem determina "o fim da greve são os trabalhadores”, disse o presidente so Sintect/MT, Edmar Leite, acrescentando que "essa decisão foi tomada hoje, terça-feira. Voltamos de cabeça erguida e com a certeza que a luta continua. Vamos ficar atentos".
No TST
O TST considerou que o movimento grevista não foi abusivo, mas decidiu retirar os direitos econômicos e manter algumas cláusulas sociais.
A ministra relatora Kátia Arruda destacou em seu voto que houve intransigência dos Correios em aceitar os acordos anteriormente proposto.
Ela votou para que todos os direitos fossem mantidos, mas acabou parcialmente vencida.
“Os funcionários sinalizaram disposição em negociar, mas a estatal desde o início foi de absoluta resistência”, afirmoubasta a ministra.
A ministra disse ainda que “houve uma patente conduta negativista para negociar por parte da empresa, eu com 30 anos na Justiça do Trabalho jamais tinha vivenciado uma conduta desta”.
Para Edmar Leite, a decisão do TST, já era esperada. “É uma justiça que trabalha contra os trabalhadores”.
Na avaliação do Edmar, apesar das perdas, o movimento dos trabalhadores foi vitorioso porque mostrou a força dos trabalhadores. Apesar da pressão da empresa a adesão à greve foi mantida entre 75 a 80%.