Estado se compromete com ações para conter aquecimento global
Cada signatário do MOU se compromete a limitar a emissão de gases do efeito estufa com menos de 2 toneladas per capita até 2050, com a expectativa de que com esta redução seja possível limitar o aquecimento global para menos de 2 graus celsius até o final deste século. Entre as principais propostas do documento estão: focar na atenção internacional para as ações e metas ambiciosas de redução dos líderes climáticos; demonstrar o impacto coletivo dessas ações e compromissos entre os estados, regiões, cidades e países; e mostrar a diversidade de abordagens para reduzir as emissões.
Pedro Taques falou em nome de todos os governadores sobre a estratégia de Mato Grosso para contribuir com a redução do aquecimento global. Com uma área de 900 mil km², o Estado mantém 60% do seu território preservado. "Nós de Mato Grosso, e do Brasil, já estamos contribuindo muito, mas queremos e podemos contribuir mais. Isso, é claro, com a ajuda externa, pois ainda temos problemas graves para serem solucionados. Assino este memorando de entendimento hoje não como um chefe de estado, mas como representante do meu povo, que também entende a importância da preservação ambiental. Aqui não somos brasileiros, americanos ou franceses. Somos pessoas preocupadas com o futuro da humanidade".
Na vanguarda ambientalista, a maioria dos signatários do Under 2 MOU integra a Força Tarefa dos Governadores para o Clima e as Florestas (GCF). Aliás, esse acordo se originou de uma parceria entre a Califórnia e Baden-Württemberg, um dos estados da Alemanha que tem papel bastante representativo na COP 21, que é uma conferência que busca um novo acordo climático mundial.
A secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, que participou do evento de assinatura, em Paris, afirmou que as reuniões com as lideranças mundiais têm sido importantes durante esta última semana. “Já participei de dois painéis de discussão para mostrar como o nosso Estado está contribuindo com a redução das emissões de CO2 no planeta, sempre deixando claro que podemos fazer muito mais se obtivermos mais apoio”.
Papel decisivo
Durante a COP 21, Mato Grosso apresentará uma proposta ousada para a redução de emissões de CO2 que pode chegar a 6 gigatoneladas até 2030. Tudo isso aliado ao aumento da produção, conservação florestal, inclusão socioeconômica da agricultura familiar e populações tradicionais na luta pela sustentabilidade. Além disso, conforme monitoramento do Prodes/Inpe, o estado registrou redução do desmatamento de 5,2 milhões de hectares de florestas em seu território entre 2006 e 2014. A redução evitou que 1,9 bilhão de toneladas de CO2 fossem lançados na atmosfera, volume maior que a redução de qualquer Estado da Amazônia para o período, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e inclusive maior que a maioria dos países que compõem o Anexo I do Protocolo de Kyoto (1997).