Em 2015, o número de homicídios de jovens em Mato Grosso sofreu uma queda de 20%, em comparação ao ano passado
Senado realiza audiência pública na ALMT para discutir assassinatos de jovens
De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, Mauro Zaque, o setor viveu um vácuo de investimos por mais de 15 anos e o atual governo vem investindo em reforços de efetivos policiais e na mudança de infraestrutura e logística.
“Em 2015, o número de homicídios de jovens em Mato Grosso sofreu uma queda de 20%, em comparação ao ano passado. A segurança não é questão apenas de policia, mas está ligada à interdisciplinaridade, ou seja, várias áreas do Estado atendendo ao mesmo tempo”, explicou Zaque.
A presidente da CPI, Lidice da Mata, informou que a estatística de mortes de jovens em Mato Grosso, nos últimos 10 anos, aponta um percentual de 8,6% envolvendo armas de fogo. Muito embora, segundo ela, Mato Grosso não conste na lista dos estados brasileiros mais violentos.
“Neste universo de 8,6% de jovens mortos, 80% são de negros. Isso representa a média de conjunto de mortos em todo o Brasil, Por isso, esses números acenderam uma luz vermelha. Para minimizá-los é preciso a formatação de políticas públicas para resolver esses casos em Mato Grosso”, destacou a senadora.
Dados de 2013, de todo o Brasil, dão conta, segundo Lidice da Mata, que foram registrados 56 mil assassinatos. Desse total, 33 mil estão relacionados a jovens negros e moradores de periferia.
“Esse número é maior que as mortes de americanos ocorridas na guerra do Vietnã. Por isso, o Brasil não é um país pacifico. Somos um país violento”, explicou a senadora.
Nos últimos dez anos, de acordo com o José Medeiros, a taxa de morte entre a população jovem, por arma de fogo em Mato Grosso, aumentou 11,4%. Mas o dado mais preocupante é de homicídios entre os negros está em 81% maior que a taxa da população branca.
“O Senado vem trabalhando para minimizar esses números. Para isso vem realizando a CPI. Ela tem estado em várias regiões brasileiras para obter sugestões e posteriormente a formatação de um relatório. Mato Grosso não está entre os estados mais violentos, muito embora já tenha acendido um sinal de alerta”, destacou Medeiros.
Há 19 anos a ex-presidente da Associação das Famílias Vítimas de Violência de Mato Grosso, Odilza Sírio Sampaio, vem em busca de uma resposta pelo assassinato de seus dois filhos, que segundo ela foi praticada por policial militar.
Em todo o Estado, segundo Sampaio, 29 crianças – de 15 a 20 anos de idade – foram mortas. “É uma vergonha essa justiça brasileira. Para mim não existe crime perfeito. Por isso, há 19 anos busco pela resolução da morte dos meus filhos e filhos de outras famílias”, desabafou Sampaio.
Para o deputado Emanuel Pinheiro (PR), a criminalidade em Mato Grosso está ligada ao tráfico de drogas. “O Estado é o grande corredor de traficantes de drogas como a maconha e a cocaína. Não há segurança pública que dê jeito. A luta é incessante da sociedade”, disse o parlamentar.