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POLÍTICA
Quinta - 26 de Novembro de 2015 às 08:10
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 Quatro empresários que participaram de licitação para apresentação de projetos para construção da Arena Pantanal prestaram depoimento em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo na tarde desta quarta-feira (25).

Todos os ouvidos perderam o certame e foram convocados para esclarecer como se deu a participação deles no processo, além de explicar também o fato de terem ligações com as empresas vencedores, devido a suspeita de direcionamento na escolha tanto da Castro Melo quanto da GCP.

Para os deputados Oscar Bezerra (PSB), presidente da CPI, Dilmar Dal Bosco (DEM) e Mauro Savi (PR) ficou claro que houve direcionamento e que as propostas foram apresentadas para dar cobertura às vencedoras.

O presidente considerou os depoimentos interessantes e diz que foi possível fechar um ciclo de investigação. “Tivemos informações que precisávamos para ter a confirmação de direcionamento da licitação”, afirmou.

Bezerra informou que, conforme já foi apurado, até as datas de envio das propostas são as mesmas, assim como as letras utilizadas e até o espaçamento entre as linhas. Os modelos utilizados pelas empresas são muito semelhantes e chama a atenção.

Na opinião do parlamentar, há fortes indícios da ligação entre os arquitetos que participaram do certame e de direcionamento das licitações. “Obviamente que é o relatório que vai apresentar isso aí, não podemos fazer juízo de valor, e condenar antes do fim. (...) As empresas vencedoras têm ligação fortíssima e isso já foi provado”, declarou.

Mauro Savi disse ser “incrível a coincidência” o fato de todas as pessoas terem ligação com as empresas vencedoras. “Num universo de 4 mil empresas localizadas em São Paulo escolheram três de amigos, ex-sócios e parentes. Isto nos entristece, mas esperamos que estas pessoas sejam indiciadas”, cobrou.

Os depoimentos

O primeiro a ser ouvido foi o ex-diretor responsável da Strutecnica Projetos e Obras Especiais, Américo Fontana, que representou a empresa como uma das concorrentes no processo de contratação de projeto para o estádio Verdão. Ele acabou por desmentir a Castro Melo, que tentou convencer os parlamentares de que estudo de viabilidade seria a mesma coisa que projeto básico.

Américo explicou as diferenças e disse que após ter apresentado a proposta de valor para elaboração de um projeto básico, não recebeu mais nenhuma resposta do governo do Estado e acabou deixando o assunto de lado.

A segunda testemunha foi Rita de Cassia Alvez Vaz, arquiteta e diretora da Teuba Arquitetura e Urbanismo, que tem como sócia a irmã do dono da Castro Melo. Ela participou do certame e disse ter apresentado uma proposta de projeto pré-básico, e também foi questionada para falar sobre a diferença. 

A arquiteta acabou por dizer que pesquisou como fazer a proposta pela internet e disse ainda ter entrado em contato diretamente com a Fifa para ser orientada sobre o que deveria constar neste projeto para poder dar o preço. Conforme o edital, a vencedora teria 30 dias para concluir o projeto básico da arena, no entanto, Rita de Cássia afirmou que isto seria impossível.

Vale lembrar que o projeto da Castro Melo custou cerca de  R$ 500 mil e depois foi ignorado pelo governo, que lançou uma carta-convite para licitar uma proposta de elaboração de projeto básico e executivo que custou mais de R$ 14 milhões, na qual a empresa GCP saiu vencedora. A empreiteira, inclusive, chegou a manter contato com o ex-secretário de Estado de Turismo, Yuri Bastos, responsável à época pelas licitações.

Na disputa para elaboração do projeto básico e executivo, a empresa Orbi Projeto e Arquitetura apresentou uma proposta no valor R$ 18 milhões. O arquiteto e diretor na época era Edison Borges Lopes e ele foi ouvido pela CPI. O arquiteto contou que foi colega de faculdade do dono da GCP, com quem também chegou a ser sócio até 2006, três anos antes de participar da licitação.

Lopes disse não se lembrar por quem foi procurado para participar da concorrência e não sabe como recebeu a carta-convite. Esse mesmo discurso também reproduzido por Eduardo Laterza, da Core Arquitetos Associados.

Laterza também foi amigo de faculdade do dono da GCP e trabalhou com ele antes de ter sua empresa. Porém, apesar do grau de amizade, disse que são concorrentes e negou ter apresentado uma proposta que tivesse servido de cobertura para a GCP.

A proposta da Core foi no valor de R$ 20 milhões e, na opinião dele, seria impossível executar a proposta por valor inferior, a menos que a vencedora não obtivesse lucro.





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