Edna defende reajuste de piso de educadores
Durante entrevista em uma emissora de Rádio de Cuiabá, nesta quarta-feira (18), a vereadora Edna Sampaio (PT) defendeu o reajuste de 14,95% sobre o piso nacional do magistério da educação básica, concedido pelo Ministério da Educação, e argumentou que o atual cenário político não justifica o argumento de que os municípios podem ‘quebrar’ devido ao reajuste.
A parlamentar rebateu o argumento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) de que o novo piso impactará os orçamentos municipais.
Ela ponderou que, no atual cenário, o governo federal demonstra interesse na repactuação com os governos municipais e estaduais - algo que foi rompido durante o governo Bolsonaro - e que a União sinaliza um maior apoio aos municípios em todas as áreas, entre elas a educação.
Ela apontou que, durante o governo Bolsonaro, houve uma ruptura no pacto federativo e que isso impactou na ausência de estratégia dos governos para o setor no enfrentamento à pandemia, que exigia mais recursos, e que com a retomada da normalidade democrática, a primeira ação deve ser o investimento em educação.
“Retomando o governo democrático popular no Brasil, a prioridade deve ser o reajuste dos salários dos professores, pois não existe educação apenas falando-se do que poderia ser. A educação só melhora se melhorar a condição salarial dos profissionais, que são o centro do processo pedagógico”, disse.
A parlamentar lembrou que também houve muita resistência dos prefeitos , quando foi estabelecido o piso, em 2008, e que alguns deles entraram com ações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob o mesmo argumento de dificuldade fiscal.
"O piso foi instituído e todo mundo teve oportunidade de pagar um salário digno - pelo menos, próximo daquilo que pode ser chamado de digno - aos profissionais da educação que, em Mato Grosso, são os que recebem os menores salários”, disse.
Ela destacou que a Prefeitura investiu no ano passado menos do que o percentual de 25%, constitucionalmente determinado em educação e que o governo do Estado mantém a postura de não dialogar com a categoria, além de permanecer com salários ‘achatados’.
“A educação precisa deixar de ser vista apenas como um sacerdócio. Estes profissionais se prepararam, fizeram concurso para uma carreira que deveria ser uma das mais atraentes e não é. Eles estão ali porque gostam, mas também para sustentar sua família”, afirmou.
"Essa é uma tragédia que fica inviabilizada porque não está morrendo ninguém nas escolas, mas o fosso mais profundo da tragédia social do país está na educação", disse.