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POLÍCIA
Terça - 24 de Novembro de 2015 às 09:11
Por: Gazeta Digital

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 A morte de Enatel dos Santos Albernaz, 37, o “Maninho”, traficante conhecido no bairro Pedregal, em Cuiabá, gerou além de comoção, o sentimento de medo entre os moradores da região. Na mesma noite em que foi morto, já se ouvia entre os curiosos que outros homicídios aconteceriam a partir daquele e que o bairro voltaria a ser “bagunçado”, como há alguns anos. Na manhã de segunda-feira (23), policiais militares passaram nas escolas, creches e postos de saúde da região pedindo a suspensão das atividades, devido a denúncia que poderia haver retaliação.

Quem trafegava pelas ruas do Pedregal durante o dia de ontem podia perceber uma calmaria incomum. A movimentação maior era das viaturas da PM que fazia rondas constantes pelo bairro. Maria Rosa, vigia da Escola Municipal de Ensino Básico Dr. Orlando Nigro, era a única na unidade de ensino, que tinha na porta um informativo avisando que as aulas estavam suspensas para os alunos do período vespertino. “Por volta das 10h, vários policiais militares vieram na escola e pediram para liberarmos os alunos mais cedo e suspender as aulas da tarde, devido a denúncia de que criminosos poderiam realizar um tiroteio no bairro e matar pessoas inocentes”.

A aposentada M.L.F., 63, possui uma mercearia na rua da escola e também manteve as portas fechadas durante toda a segunda-feira. “Estamos todos com muito medo. Infelizmente, aqui os bandidos mandam e causam terror mesmo depois de mortos”.

O silêncio era grande também nas residências, a maioria com janelas e portas fechadas. Nossa equipe de reportagem questionou duas adolescentes que estavam sentadas na porta de uma casa, na rua Marajoara, sobre o motivo da pouca movimentação no bairro. Uma delas, que preferiu não se identificar, disse apenas que a população local já está esperando pelo pior. “Moro aqui desde que nasci. Já perdi familiares inocentes e amigos que se envolveram no mundo do crime. Quando um traficante como Maninho morre, a gente já sabe que coisa boa não está por vir”.

Já em uma outra rua, a dona de casa Rosana Antunes, 35, varria a porta da residência e dizia não ter medo. “Essa bomba vai explodir, mas não será aqui, vai ser em outro lugar”, disse se referindo a briga de gangues que existe na região.





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