PF e PM fazem operação para prender líderes de garimpo ilegal
A operação policial destina-se a cumprir dez mandados de prisão temporária dos líderes identificados e o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela Justiça Federal de Cáceres (MT).
Segundo os serviços de inteligência da Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, após a realização da desocupação pacífica do garimpo ilegal, foram identificadas algumas lideranças que fomentavam os garimpeiros à prática de ações de perturbação da ordem em Pontes e Lacerda.
Dentre estas ações ilegais, verificou-se o fechamento da BR-174, rodovia federal que ligava cidades situadas na faixa de fronteira, que depois foi desocupada com a intervenção das forças policiais.
O bloqueio da rodovia impediu a entrada e saída da cidade de ambulâncias com pacientes em estado grave de saúde, estudantes que se dirigiam para a faculdade, presos e alimentos encaminhados ao sistema prisional. Segundo a polícia, essas atitudes foram fomentadas pelas pessoas que atuavam como liderança. A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar tais fatos e promover a responsabilização criminal dos principais envolvidos.
Os líderes identificados responderão criminalmente por constrangimento ilegal, ameaça, atentado contra outro meio de transporte, incitação ao crime, apologia de crime ou criminoso e associação criminosa.
A operação policial recebeu o nome de “Reco” fazendo uma analogia à denominação dada pelos garimpeiros à terra que era descartada pelos principais donos de “buracos” a terceiras pessoas que se aventuravam na procura de encontrar algum ouro no material descartado.
Sobre o garimpo
A área foi explorada por garimpeiros pelo período de pouco mais de dois meses e desocupada na última terça-feira (10) por forças policiais através de determinação judicial. Nesse período, chegou a ter pico de cinco mil pessoas na área, entre garimpeiros profissionais e ocasionais, tentando retirar o ouro.
O caso foi levado ao conhecimento da Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) e, no dia 16 de outubro, o juiz Francisco Antônio de Moura Júnior, substituto da subseção da Justiça Federal em Cáceres, a 220 km da capital), decretou o fechamento do garimpo, com a retirada de todos os trabalhadores do local e apreensão de todo o minério extraído ilegalmente.