Vídeos - Alegando ser 'patriota', secretário grita e aponta dedo para delegada da PF
Vídeos obtidos pelo GAZETA DIGITAL mostram o ex-secretário municipal de Assistência Social de Várzea Grande, o bispo Gustavo Duarte, desacatando uma delegada e agentes da Polícia Federal, durante o cumprimento de busca e apreensão da Operação Fake News, com o objetivo combater crimes eleitorais e contra a honra praticados contra Mauro Mendes nas eleições de 2022. Ele foi demitido pela prefeita Flávia Moretti (PL), após ter sido detido por desacato.
Nas imagens, Gustavo Duarte aparece gritando e criticando a ação da Polícia Federal, afirmando que seria bispo e patriota, que a PF teria chegado com armas na mão e que teria tentado arrombar a sua porta. Os vídeos foram gravados a pedido do próprio secretário.
Falando alto, o secretário disse que poderia ter sido convocado para prestar depoimento. Apontando o dedo para a delegada, ele foi alertado de que poderia ser preso.
Em outro vídeo, a delegada entrega a decisão com o mandado de busca e apreensão. A mulher que grava o vídeo, pergunta se ele estaria sendo preso, porém, foi informado que era só busca e apreensão. Contudo, a delegado afirmou que tinha sim delito em flagrante, após o desacato. “A delegada de Polícia sou eu”.
Já em outro momento, e mais calmo, o bispo diz que se sentia um bandido, já que teria ocorrido a tentativa de arrombamento. Ele também cita o episódio da operação que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo por conta de fraude no cartão de vacina, e também defendeu a reação do ex-deputado Roberto Jeferson, que reagiu com tiros de metralhadora, quando foi alvo da Polícia Federal em 2022.
Negou desacato
Na porta da PF, aos jornalistas e antes dos vídeos vazarem, o bispo negou ter sido preso por desacato. “Não fui preso, vim no meu carro, com advogada. Não recebi voz de prisão. Não é da minha natureza, do meu comportamento, desacatar. Houve um questionamento sobre como a PF chegou na minha casa”, disse.
O bispo afirmou que os policiais quase derrubaram o portão da casa e já entraram com a arma em punho. Alegou que ali eles não iam encontrar nada, só “bandeira de Israel, do Brasil e bíblia” e que a delegada se sentiu desacatada. Toda via, o celular dele e da esposa foram apreendidos.
Apesar de negar a prisão, a PF confirmou. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi lavrado por desacato e, depois, será liberado.
Por: Gazeta Digital