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POLÍTICA
Terça - 10 de Novembro de 2015 às 16:13
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 Hoje (10/11),  pela manhã, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo, presidida pelo deputado Oscar Bezerra (PSB), interrogaram por mais de 4 horas o ex-secretário da Secopa, Eder Moraes, que compareceu ao auditório Milton Figueiredo munido de 35 mil páginas de documentação que foram entregues à CPI.

Esta parte dos trabalhos da CPI é composta por oitivas do sumário de sistematização do processo de investigação das obras da Copa do Mundo de 2014.

Diante da farta documentação, e baseado nas respostas de Moraes, o presidente da CPI, deputado Oscar Bezerra (PSB), convidou o ex-gestor a participar da reunião de Colégio de Líderes, às 15 horas desta terça-feira, quando os parlamentares definirão sobre a abertura de uma CPI para investigar possíveis irregularidades no Ministério Público Estadual (MPE).

Em sua defesa, o ex-secretário apresentou detalhes sobre o processo de troca do modal BRT para o VLT; o processo de "convencimento" junto ao Ministério das Cidades; o estudo de viabilidade do VLT, assim como dados acerca da compra das Land Rovers, que terminou suspensa; a construção da Arena Pantanal e a construção de avenidas e pontes como parte do plano de mobilidade urbana para receber os jogos. Vale lembrar que Moraes já prestou depoimento à comissão em abril, quando estava preso em decorrência das investigações da Operação Ararath, que apura crimes financeiros.

O primeiro a questionar o ex-secretário foi o deputado Silvano Amaral (PMDB), que direcionou o assunto aos contratos firmados com as empresas e também sobre a mudança da agência (Agecopa) para uma secretaria (Secopa).

Eder iniciou seu depoimento explicando que, “por causa de mentalidades tacanhas, as obras do VLT não andam”. Para ele, o atual governo estadual vem tentando bloquear todo andamento das obras com questões jurídicas. “Todas as obras da Copa foram lançadas através de licitação”, revelou o depoente.

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Wilson Santos (PSDB), foi o segundo a fazer perguntas ao ex-secretário. Mostrou vários documentos contendo cópias de notas promissórias assinadas por Éder Moraes quando ainda era secretário de Estado.

“Nunca travei nenhuma obra da Copa, mas tenho conhecimento de que a Prefeitura de Cuiabá e governo do estado estão prejudicando o andamento das obras. Somente fazia pagamentos para as empresas com conhecimento e assinatura do governador Silval Barbosa”, afirmou ele.

Outro ponto abordado por Wilson Santos foi direcionado se o governo anterior tinha condições de terminar as obras lançadas para a Copa. Éder garantiu que a Secopa tinha documentação necessária e verba programada para realizar os trabalhos.

“O governo tinha todo recurso financeiro para terminar as obras, sendo que, na parte organizacional, o Plano de Mobilidade Urbana contém 330 páginas com todas as informações necessárias”, argumentou ele.

Ao deixar o auditório, Santos comentou a participação de Moraes na CPI, quando, na sua opinião, faltou mais respostas definitivas do depoente.

“Acrescentou pouca novidade ao que já sabíamos, em algumas oportunidades ele fugia das respostas ou então entrava em contradição, passando o relatório técnico como se fosse projeto completo. Para mim, não houve grau de elevação antecipada”, falou o líder do governo.

A questão da construção dos Centros Oficiais de Treinamentos (COTs) foi indagada pelo deputado Mauro Savi (PR). Para o parlamentar, faltou empenho e acompanhamento para o governo terminar os centros.

“Tínhamos planejado três COTs, mas por falta de mão de obra das empresas e tempo hábil para ser entregue, foi tirada uma dessas obras. Entendo que faltou pulso forte e cobrança mais acirrada daquela gestão em terminar os trabalhos”, apontou ele.

Recordando a implantação do VLT em Cuiabá, vale lembrar que o Consórcio VLT Cuiabá venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que não permite aditivo, por R$ 1,4 bilhão. Deste total, o valor de R$ 1 bilhão já foi pago.

Ao final do seu depoimento, Eder Moraes citou alguns nomes que a CPI ainda deve interrogar, como por exemplo, Jamir Sampaio, Eduardo Rodrigues, Rafael Dettoni, Marcelo Oliveira, Robélia Menezes, Alisson Sander e João Paulo.





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