CPI das Obras ouve mais duas testemunhas
Albano Luz foi chefe de gabinete na gestão de Yuri Bastos Jorge, na Sedtur. Ele foi responsável pelo Termo de Referência e Projeto Básico da Arena Pantanal. Essa proteção acaba comprometendo ainda mais o Yuri Bastos. No depoimento ficou evidente que Albano assinava os documentos sem ter nenhum conhecimento técnico e econômico das planilhas. Ele cumpria apenas ordem, por isso o protegeu. O Yuri terá que nos dar muitas respostas, afirmou o parlamentar.
Em relação ao depoimento do ex-superintendente regional da Caixa Econômica Federal de Mato Grosso, Ivo Carlos Zecchini, Oscar Bezerra afirmou que foi mais técnico, porque Zecchini esteve no comanda da Caixa de 2008 a 2011. Nesse período, a CEF esteve envolvida na formatação dos projetos de mobilidade urbana do Bus Rapid Transit - BRT. Na mudança desse modal para o VLT, tinha sido transferido para Goiás, disse Zecchini.
De acordo com Bezerra, Zecchini não teve acesso aos documentos do Ministério das Cidades, mas mesmo assim colaborou, mostrando a responsabilidade que a Caixa Econômica tem com os contratos fechados com a instituição financeira. Os outros superintendentes, que prestaram depoimentos, afirmaram que a Caixa não tinha essa responsabilidade. Um dos responsáveis pela fiscalização de obras disse que a fiscalização das obras da Copa era feita no olhometro. Por isso, que está o caos, observou Bezerra.
Zecchini afirmou aos parlamentares que o contrato entre o governo do estado e o Ministério das Cidades era para execução de três obras de mobilidade urbana. Elas eram o corredor Mário Andreazza e as duas obras do BRT. Uma ligando o Aeroporto Marechal Rondon à Avenida do CPA e a outra do Coxipó ao Centro de Cuiabá.
O valor inicial dessas obras ficou em R$ 454 milhões. As obras do Aeroporto ao CPA custariam R$ 307 milhões, às do Coxipó ao Centro cerca de R$ 116 milhões, e o corredor Mário Andreazza custaria R$ 31 milhões. Esses eram os valores. No distrato do Governo com a Caixa Econômica não era mais superintendente em Mato Grosso, explicou Zecchini.
No decorrer da oitiva, o deputado Silvano Amaral questionou se havia outros contratos para as obras de mobilidade urbana, Zecchini afirmou que não. O que havia eram os três contratos citados anteriormente. Em relação a favorecimento político para a escolha do modal, Zecchini disse que não tinha conhecimento.
O deputado Wagner Ramos (PR) perguntou se a Caixa Econômica não liberou recursos financeiros para a execução das obras do BRT, Zacchini disse que o distrato foi feito quando estava afastado da superintendência há três meses.
De acordo com Bezerra, a CPI tem 60 testemunhas para serem ouvidas. Nesta quarta-feira (21), às 14h, no auditório Milton Figueiredo, acontecem mais duas oitivas. Os membros da CPI vão ouvir a ex-servidora do gabinete da Sedtur, Lucélia Thatiana Maria da Silva. Ela era responsável pelo atesto das despesas relacionadas ao contrato firmado entre a pasta e a Castro Mello Arquitetos Ltda.
A outro depoimento será de Deocleciano Ferreira Vieira. Ele foi ex-coordenador de despesas da Sedtur, quando houve a liquidação das despesas relacionadas ao contrato com a Castro Mello.
Oscar Bezerra afirmou que o prazo dos trabalhos da CPI das Obras será prorrogado por mais 180 dias. Segundo ele, os membros da comissão deliberaram à prorrogação do prazo. Essa proposta deve ser votada está semana em Plenário, por dois terços dos parlamentares.