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EDUCAÇÃO
Terça - 13 de Outubro de 2015 às 13:37
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 O município de Poconé (a 100 km de Cuiabá) está vivenciando uma ação inédita no estado. Todos os alunos da rede estadual vão passar por averiguação de peso e altura. Na primeira semana dos trabalhos, entre os dias 05 e 09 de outubro, praticamente 50% dos estudantes matriculados – quase 2.500 alunos – passaram pelo processo. E os resultados preliminares apontam para a existência de estudantes com obesidade grave e também magreza acentuada.

Embora o trabalho não tenha sido concluído por falta de tempo hábil, a maioria dos alunos avaliados (72%) está dentro da normalidade para a idade. Outros 16% estão com sobrepeso, 6% com obesidade, 4% apresentaram magreza, 1% está com obesidade grave e o mesmo percentual (1%) com magreza acentuada. Os dados vão subsidiar a implantação do projeto de cardápio unificado nas escolas, proposta pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Poconé foi escolhida para receber o projeto piloto.

As situações apontadas envolvem alunos do Ensino Médio. O fato de estarem com esse nível de magreza não significa, segundo a nutricionista Lízia Soares Penido, da Coordenadoria de Alimentação Escolar da Seduc, que estão desnutridas. “Mas que correm riscos de chegarem se não houver uma intervenção”, alertou a profissional.

Lízia coordena a equipe de cinco nutricionistas que atuou em Poconé e que deverá voltar em breve para concluir o trabalho. “Aí sim poderemos fechar o diagnóstico com precisão. Será uma classificação minuciosa desses estudantes, por sexo e idade”, esclareceu. Após o diagnóstico real, ações serão desenvolvidas para melhorar a situação encontrada.

A ideia é envolver a educação alimentar e nutricional nas escolas, tendo o alimento como parte do currículo escolar. “Penso que não devem ser ações isoladas, tem que ser no dia a dia dos estudantes. Não vejo a conscientização com palestras como um caminho viável, porque a palestra acontece e fica por isso mesmo. Tem que ser iniciativas presentes diariamente, ou seja, um trabalho de alimentação saudável nas escolas”, defendeu a nutricionista.

A implantação do cardápio unificado também deve contribuir para a melhoria da qualidade nutricional. Os benefícios são maiores, considerando que foram preparadas por uma equipe de nutricionistas. Segundo a Coordenadoria de Alimentação da Seduc, são 20 opções de cardápios para escolha dos gestores “e com ingredientes adquiridos na comunidade local e, portanto, são mais elaborados”, destacou o coordenador do setor Júlio César Pouzo Costaldi.

A elaboração está dentro das exigências do Ministério da Educação, o qual prevê que a merenda escolar contemple 20% da necessidade nutricional que o organismo precisa diariamente. São de ingredientes como proteína, carboidrato, vitaminas, entre outros. A implantação do Cardápio Unificado implicará, consequentemente, em um incremento financeiro, pois aumenta os custos com a merenda escolar.

Cardápio

Nas escolas onde o cardápio está sendo servido com as receitas escolhidas, o clima é de satisfação e de “repeteco”. “As crianças ficam contentes e sempre perguntam se podem comer mais. A verdade é que nada é desperdiçado, até legumes que elas não tinham o hábito de comer, agora incrementa o paladar deles”, assegurou a coordenadora pedagógica Luciane Maria de Aquino Nunes.

Francionei Gerônimo de Lima Paula, também assessor pedagógico em Poconé, os diretores não têm do que reclamar. “Antes era arroz com carne, agora comem bem, além do arroz com carne tem salada, legumes, frutas. Melhorou muito. Já notei certa vez que uns quatro alunos separavam o quiabo no prato, mas outras crianças pegavam para comer do colega”.

Poconé, assim como outros municípios mato-grossenses, tem estudantes que saem muito cedo de casa e acabam não se alimentando adequadamente. Segundo as informações locais, alguns chegam até meio tristes, desanimados e são levados para comer uma fruta para então retornarem à sala de aula. “Aluno bem nutrido tem maior facilidade, melhor desempenho e rendimento escolar. Além disso, se não for tomado alguns cuidados, enfrentará problemas de saúde”.

Entre os exemplos de cardápio estão: arroz, carne em cubos com banana da terra e salada de agrião e tomate; ou arroz, feijão e carne com maxixe, e laranja como sobremesa.

Os estudantes Thiago da Silva de Jesus, 15 anos, e José Lucas Mendes, 16, são do tipo que comem de tudo, menos cebola no caso de Thiago. “Mas não perco o sabor, separo a cebola e como normalmente”. Seguindo o bom exemplo de quem come uma variedade de legumes está o estudante Micael de Jesus Pereira, de 11 anos. Mas o que ele mais aprecia mesmo é cenoura e batata doce.

Denilson da Silva Assis, 14 anos, é daqueles que ainda não associou todos os elementos nutricionais. Para ele, em se tratando de salada “só vai o tomate”, mas também come abóbora. Já Alessandro Antônio Moraes, 13 anos, apesar de fazer poucas refeições na escola não dispensa um prato variado. “Eu gosto de maxixe, carne com arroz, quiabo, abóbora. Mas não costumo merendar na escola, dificilmente”. 




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