Em visita aos vagões do VLT, deputado critica farra com dinheiro público
Os parlamentares se reuniram com o representante da CAF, Ricardo Sanches, responsável pelo material rodante fabricado na Espanha, e uma das cinco empresas que compõe o Consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande. Foi também questionado pontos como o atraso nas obras e soluções para que o modal funcione. "Como se vê, não há nada aqui. Apenas a estrutura do local e os vagões. Foi assim que o governo passado nos entregou o VLT. Não houve um projeto com começo, meio e fim", afirmou o deputado do PSB.
Botelho garantiu que vai convocar o secretário de Cidades, Eduardo Chiletto, para conhecer o estudo que tem sido produzido pelo governo estadual para viabilizar a conclusão das obras. "Eu defendo que seja feito pelo menos uma parte, até o CPA, para não perdermos o que já foi gasto. Mas isso só será definido após conhecermos o relatório do governo", afirmou o deputado.
Já foram gastos cerca de R$ 1,5 bilhão nas obras do VLT, que seria o primeiro da América Latina, mas acabou "emperrado". A promessa inicial era de que o VLT seria entregue para a Copa do Mundo de 2014. "Buracos foram abertos nas ruas, empresários foram desapropriados, uma série de prejuízos e isso não pode ficar assim. Não podemos simplesmente jogar fora. Tem que haver alguma saída para esse problema", alegou o deputado.
Para Emanuel Pinheiro, o governador Pedro Taques deve ser convocado para visitar o local e verificar a situação em que se encontram os trilhos.
O deputado Pedro Satélite entende que a tarifa deverá ser subsidiada pelo governo do estado como forma de compensação.
Taborelli afirmou que "é um crime o que estamos presenciando".
Adquiridos por R$ 500 milhões, os veículos estão expostos ao sol e a chuva no pátio do CCO. O próprio TCE já emitiu alertas ao Estado pelo fato dos vagões estarem se deteriorando sem nenhum tipo de preservação.
Orçado inicialmente em R$ 1,4 bilhão, o VLT já consumiu cerca de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos. Apesar do pagamento de mais de 60% de toda a obra, o TCE apontou em relatório que menos de 30% dos serviços foram efetivamente executados.
Servidores da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), Gabinete de Assuntos Estratégicos (GAE) e Controladoria Geral do Estado (CGE) iniciam a análise das propostas nos próximos dias.
A empresa vencedora será responsável por apresentar relatório sobre a viabilidade financeira do VLT, análise técnica sobre o cronograma de término de obras, estimativa de demandas de operação nos próximos 20 anos, proposta de integração do modal à matriz de transporte da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, como também cronograma de desembolso do Estado para implantação do VLT.