Na ocasião, Cursi foi preso juntamente com o ex-secretário, Pedro Nadaf e com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
“Marcel foi um dos mentores intelectuais de todo o esquema criminoso, já que possuía vasta experiência na área tributária, porquanto é servidor de carreira na Sefaz. Na época dos fatos ocupava o cargo de Secretário Adjunto da Receita Pública e posteriormente, Secretário de Estado da Fazenda. Portanto, tinha conhecimentos técnicos e, ainda, poder para, utilizando de suas atribuições junto a SEFAZ/MT, criar obstáculos ao exercício da atividade empresarial. Foi deste modo que obrigou empresário aa procurar a organização e conseguiu enredá-lo na teia criminosa”, diz um trecho da decisão da juíza Selma Rosane, que decretou a prisão do ex-secretário.
Ainda de acordo com as investigações, Cursi “foi quem primeiramente entabulou negociações para que as empresas de João Batista recebessem o benefício Prodeic, bem como agiu no sentido de providenciar a "defesa" necessária a garantir que o esquema não fosse descoberto”.
Operação Sodoma
O esquema veio à tona no último dia 15, com a deflagração da Operação Sodoma. Na ocasião três pessoas foram presas: o ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf e Marcel Cursi.
Várias pessoas foram ouvidas na Delegacia Fazendária e mandados de busca e apreensão cumpridos na Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), NBC Assessoria Consultoria e Planejamento e Invest, e ainda nas residências de três parentes dos suspeitos.
Também foram cumpridos três conduções coercitivas e dois monitoramentos eletrônicos. Nas buscas foram apreendidas um veículo Land Rover, pertencente à ex-mulher de Pedro Nadaf, cerca de US$ 3 mil dólares, documentos físicos e eletrônicos que somam 11 malotes.
Consta da investigação que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), teria concedido incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular, para algumas empresas.
Durante as investigações alguns empresários assinaram termo de colaboração premiada, auxiliando nas investigações, comprovando o pagamento de propina a servidores públicos para a manutenção dos benefícios via Prodeic. Outras empresas também são investigadas.