Ex-secretário negocia delação e pode implodir Mato Grosso
A informação, entretanto, não foi confirmada pelo jurista. Cusi é classificado como um dos “mentores intelectuais” do esquema.
A classificação é feita pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane de Arruda, que foi responsável por decretar a prisão preventiva dele, do ex-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf e do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Conforme a magistrada, o ex-secretário tirou vantagem do fato de possuir vasta experiência na área tributária, uma vez que é servidor de carreira da Secretaria de Fazenda. “Na época dos fatos, ocupava o cargo de secretário adjunto da Receita Pública e, posteriormente, secretário de Estado da Fazenda. Portanto, tinha conhecimentos técnicos e, ainda, poder para, utilizando de suas atribuições junto à Sefaz/MT, criar obstáculos ao exercício da atividade empresarial” desatacou a juíza.
Na decisão, Selma ainda afirma que Cursi foi quem atraiu o empresário João Batista Rosa, do grupo Tractor Parts, para o esquema. O empresário firmou termo de delação premiada com a Delegacia Fazendária. Investigações conduzidas pela Polícia Civil ainda dão conta que o ex-secretário em conluio com Nadaf continuaram com a prática criminosa, mesmo após o termino do mandato de Silval.
Em sua delação, Batista afirma que o ex-chefe da Casa Civil o procurou em maio deste ano solicitando dinheiro para o pagamento de advogados, que atuaria em sua defesa e na defesa das empresas grupo Tractor Parts junto à CPI da Renúncia Fiscal, instaurada no âmbito da Assembleia Legislativa. Na oportunidade, o empresário teria repassado R$ 30 mil para o ex-secretário. Apesar disso, Nadaf teria voltado a procurar Batista exigindo a quantia de R$ 15 mil. O montante seria repassado a Cursi.
Ambos estão presos desde a última terça-feira (15) no Centro de Custódia de Cuiabá. O ex-governador está foragido, mas a sua defesa já impetrou com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça na tentativa de cassar a decisão que decretou a sua prisão preventiva. A defesa dos ex-secretários, entretanto, ainda não ajuizou nenhuma medida para garantir a liberdade.