Medida valeria também para tribunal de contas, MP e Defensoria pública. Para Executivo e Legislativo, despesa com terceirizados será incluída na LRF.
Judiciário não precisará cumprir limite de terceirizados da LRF, diz Meirelles
Isso significa que os gestores do judiciário não serão responsabilizados caso os gastos com pessoal ultrapassem o limite fixado pela LRF devido ao pagamento de terceirizados. Para o Executivo (governo federal e governos estaduais) e Legislativo, entretanto, gastos com terceirizados e benefícios serão considerados despesas com pessoal e, portanto, sujeitos aos limites da LRF.
O ministro fez o anúncio após reunião com o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e o relator do projeto que trata da renegociação da dívida dos estados com a União, Esperidião Amin (PP-SC), na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
Mais cedo nesta segunda, o assunto foi debatido durante uma reunião no Palácio do Jaburu com a presença do presidente em exercício, Michel Temer, de Meirelles e de líderes de partidos que compõem a base do governo no Congresso. A mudança visa garantir a aprovação do projeto de renegociação da dívida dos estados com a União.
Contrapartida
Em contrapartida, disse Meirelles, as despesas do Judiciário, Ministério Público, tribunais de contas e Defensoria Pública com pessoal, incluindo terceirizados, passariam a ter que cumprir a mesma regra prevista para o teto de gastos públicos.
O projeto do teto prevê que o aumento de gastos do governo federal, em um ano, ficaria limitado ao índice de inflação do ano anterior. Portanto, os gastos do Judiciário e outros órgãos com pessoal e terceirizados não poderiam mais crescer acima da inflação, apesar de não serem contabilizados para efeito de cumprimento da LRF.
Para começar a valer, a proposta do teto precisa ser aprovada pelo Congresso.
"Em contrapartida, foi acordado que essas despesas de pessoal, incluindo terceirizados e todos os demais, passarão a estar sujeitas a um teto de evolução nos próximos anos que seja equivalente ao teto que vai ser aplicado aos estados e ao governo federal", explicou Meirelles.
O ministro da Fazenda disse também que, no caso do Legislativo e do Executivo em âmbito estadual, não haverá mudanças. "Não muda nada", declarou ele.