Novas investigadoras mostram sensibilidade e igualdade no serviço policial
Dos 600 novos policiais, 150 escrivães e 150 investigadores entraram em atividade no começo de maio deste ano. Outros 300 investigadores estão finalizando o curso de formação na Academia da Polícia Civil e serão lotados nas delegacias de polícia no início da segunda quinzena de julho.
Estabilidade no cargo, remuneração e possibilidade de fazer carreira no serviço público são alguns dos motivos para o crescimento do número de candidatos na Polícia Civil, sobretudo, as mulheres que buscam crescimento profissional e valorização pessoal.
A investigadora Mirian Araújo fez concurso para o polo de Alta Floresta, cidade que nasceu e mora. Ela é uma das alunas que começa a exercer a atividade agora em julho e contou que sua escolha foi baseada na oportunidade do momento e pela estabilidade do cargo. "No começo fiz justamente pela estabilidade e pelo concurso que apareceu na hora e hoje estou apaixonada pela instituição e não pretendo sair", disse.
Quanto ao fato de ser mulher, acredita que não enfrentará dificuldades. "A mulher hoje está mostrando que é capaz. Estou na profissão certa. Quero seguir a carreira e darei o meu melhor", prometeu.
Motivada em contribuir para uma polícia melhor, a investigadora mato-grossense, Feliciana Mota dos Santos, natural de Rondonópolis, comporá a equipe da Regional de Diamantino. Segundo ela, a expectativa em assumir o cargo é grande. "A gente sabe que a instituição está crescendo, está mudando e tem vários setores e espaço para todo mundo. A população começa a olhar para a polícia de forma diferente. O governo começa a dar mais valor para área de segurança pública e isso nos anima a fazer uma polícia diferente", disse.
Nas aulas, seja prática ou teórica, os professores e instrutores afirmam que as novas policiais não deixam a desejar perante os homens. O investigador chefe de operações da Gerência de Operações Especiais, Joelson da Costa Almeida, disse que em sua disciplina "Táticas Policiais", não há distinção de gênero, todos são tratados de forma igual. "A mulher, no treinamento, se dedica mais, e tem facilidade maior de compreender a importância do treinamento. No trabalho policial não vejo também diferença entre homem e mulher", declarou.
Com 10 anos na Polícia Militar de Mato Grosso, Laura Danielly Braga Moreira, casada, mãe de 2 filhos adolescentes, trocou a patente de soldado da PM para ser investigadora da Polícia Civil. Perspectiva de futuro melhor em razão do plano de carreira e valorização do cargo foram seus motivos.
A investigadora pontua que a única limitação da mulher é física, por questões biológica, mas isso não a impede de estar par a par com o homem e ainda se sobressair de situações de crise. "A mulher vê tudo de forma mais humana, tem mais sensibilidade. A única diferença está na questão de força. Somos mais limitadas. Mas com técnicas e estudo podemos desempenhar funções semelhantes", destaca.
Natural de Rondônia, Bruna Milani, deixou a família em Porto Velho para ingressar na Polícia Civil. Quando terminar a academia será lotada na Regional de Diamantino. A policial também acredita que o olha sensível da mulher faz a diferença na ação policial, pois está mais perceptível aos problemas. "É outro modo de tratamento, outra sensibilidade é outra percepção sobre as situações de violência, gravidade e de crise", destaca.
Os alunos da Academia da Polícia Civil assim como policiais militares e bombeiros, que passam a compor o novo quadro de forças da segurança, foram apresentados à sociedade, em solenidade do Governo do Estado, no dia 30 de junho, na área externa da Arena Pantanal, em Cuiabá. Durante a solenidade o governador Pedro Taques anunciou abertura de concurso para 130 delegados da Polícia Civil.