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SEGURANÇA
Quinta - 11 de Junho de 2015 às 09:00
Por: Midianews

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 O Ministério Público Federal notificou o Governo do Estado, a Infraero e o Consórcio Marechal Rondon no sentido de que tomem medidas emergenciais para prevenir um possível colapso na estrutura do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

De acordo com o MPF, uma perícia realizada pela instituição, no mês de abril, apontou riscos de um novo acidente no local. Em setembro do ano passado, um desabamento destruiu na ala de desembarque de passageiros e a praça de alimentação.

Na análise do MPF, foi constatado que ainda persiste uma série de irregularidades que vão desde o projeto, a execução até o acúmulo de resíduos da obra que podem ir para a pista e serem sugados pelas turbinas das aeronaves.

Conforme a notificação, a Infraero deverá comprovar, em 30 dias, no máximo, a adoção de medidas administrativas necessárias para a pronta efetivação das adequações ainda não realizadas no projeto executivo da obra, identificando pormenorizadamente as ações que serão tomadas e o prazo do seu efetivo cumprimento.

A empresa deverá comprovar, também, em dez dias, o que foi feito emergencialmente para conter o risco de colapso na obra do aeroporto.

Já o Governo do Estado deverá  informar, em 30 dias, as adequações necessárias à execução da obra e a aplicação das sanções ao Consórcio Marechal Rondon por descumprimento do contrato, em virtude das desconformidades detectadas.

Ao consórcio ficará a responsabilidade de comprovar as adequações na execução da obra, para sanar os vícios de construção, em especial quanto à deficiência na fixação das placas de alumínio composto e do material selante, identificando detalhadamente as ações que serão tomadas e o prazo do para o cumprimento.

A obra

Inicialmente sob responsabilidade do Consórcio Marechal Rondon – formado pelas empresas Engeglobal, Farol Empreendimentos e Multimetal Engenharia –, a obra de reforma e ampliação do aeroporto já estava orçada em R$ 83,49 milhões.

Segundo a Secretaria de Estado de Cidades (Secid), 72,7% do projeto previsto foram concluídos, tendo o consórcio recebido pouco mais de R$ 59,5 milhões pelo serviço.

A obra de reforma e ampliação do terminal constava na Matriz de Responsabilidades assinada na gestão passada pelo Governo do Estado com a Federação Internacional de Futebol (Fifa).

O prazo de conclusão era 8 de março de 2014, mas o contrato sofreu aditivos de reajuste de preço e prazos para a conclusão do projeto.

O projeto contempla a instalação de pontes de embarque e adequação das vias de serviço da área restrita, além de instalação de novas sinalizações horizontais no pátio de aeronaves.

Também estão previstas a adequação e ampliação do acesso viário e expansão do estacionamento de veículos, bem como o novo setor de desembarque de passageiros.

No dia 21 de maio deste ano, o Governo anunciou que a Infraero vai assumir as obras do aeroporto. Segundo a Secid, medidas administrativas já estão sendo tomadas para a transferência do contrato para a estatal.

Pelo cronograma, a Infraero terá que entregar a obra em um ano.

Desabamento

O desabamento de parte do teto ocorreu no dia 1º de setembro do ano passado, cerca de três meses depois da entrega de parte da obra, durante uma chuva, atingindo a ala de desembarque de passageiros e a praça de alimentação.

Passageiros que estavam no local relataram, à época, que, em menos de 5 minutos de chuvas e ventos, a estrutura metálica se desprendeu e caiu. Houve tumulto e correria, mas ninguém se feriu.

Pior aeroporto do país

Em abril, o Aeroporto Marechal Rondon voltou a ser apontado em pesquisa da Secretaria Nacional de Aviação, da Presidência da República, como o pior do país com base em avaliação e questionários respondidos pelos passageiros que utilizam o terminal.

Numa escada de 1 a 5, o Marechal Rondon recebeu a nota 3,44.




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