Governo reforça combate ao desmatamento ilegal em Colniza
Apesar de importante área de preservação ambiental, dados de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam Colniza como o município que mais sofreu danos ambientais no ano passado. Foram 14,5 mil hectares de áreas desmatadas ilegalmente e uma ocorrência de 7,5 mil focos de calor entre janeiro e dezembro, dos quais 1,6 mil com confirmação de queimada. Uma das principais preocupações é que o montante apresentado pelo município é o dobro de área desmatada em relação a Nova Bandeirantes, que foi o segundo município no ranking, com 7 mil hectares de floresta derrubados ilegalmente. “Nós estamos indo até a localidade dizer que o Governo do Estado está enxergando o que está ocorrendo”, afirmou a secretária Ana Luiza Peterlini.
Outras autoridades estão confirmadas no evento desta terça-feira (02): o juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente, Rodrigo Roberto Curvo; o titular da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental, procurador Luiz Alberto Esteves Scaloppe; o prefeito de Colniza, João Assis Ramos; o presidente do Sindicato Rural do município, Milton de Souza Amorim; e o presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer), Layr Mota da Silva.
A composição da mesa de autoridades será às 14h. Já a assinatura do ‘Protocolo de intenção de redução de focos de calor’ com a Prefeitura Municipal é na finalização do evento, às 17h30. Entre os palestrantes estão o secretário-executivo do Comitê do Fogo, tenente coronel do Corpo de Bombeiros Hector Péricles, sobre o planejamento do Estado para o controle de focos de calor na região. O superintendente de Geoinformação e Monitoramento Ambiental da Sema, Gabriel Vitorelli, vai falar a respeito do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o monitoramento ambiental em Colniza. Representante do Gabinete Extraordinário de Desenvolvimento Regional, Eduardo Moura abordará o Programa Municípios Sustentáveis. As ações do Sindicato Rural serão mostradas pelo presidente do Sindicato Rural de Colniza, Milton de Souza Amorim; e alternativas de prevenção ao fogo para a agricultura familiar é o tema da palestra do presidente da Empaer, Layr Mota da Silva.
Mosaico ambiental
As unidades de conservação (UC) estaduais que estão no território de Colniza são: Estações Ecológicas do Rio Madeirinha (13.682 ha) e do Rio Roosevelt (96.168 ha), Parque Estadual Tucumã (80.944 ha) e Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt (138.092 ha), sendo que esta última tem uma pequena parcela de área também no município de Aripuanã. De acordo com a legislação ambiental, as duas primeiras UCs são de proteção integral e não podem ter uso direto dos seus recursos, pois têm a finalidade apenas de pesquisa. Já o parque pode ter visitação, mas não de uso dos recursos e a Resex pode ter ação humana de uso sustentável.
Mapa da violência
Colniza também já recebeu o título de ‘cidade mais violenta do país’ a partir da publicação do ‘Mapa da Violência’, uma pesquisa feita pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e divulgada no início de 2007. Realizada em 2004, ou seja, há 11 anos, essa pesquisa contabilizou na época uma média de 165,3 assassinatos por 100 mil habitantes. A cidade que já foi manchete dos principais jornais e revistas de Mato Grosso e do país, hoje conta com maior aparato do Estado, mas ainda representa um desafio para o Governo do Estado que está intensificando na região o combate aos crimes, principalmente ambientais, além da ampliação de serviços públicos, sendo saúde e educação as áreas prioritárias.
Mais recursos
Na semana passada, governadores e vice-governadores de oito Estados da Amazônia Legal assinaram na capital mato-grossense a Carta de Cuiabá, resultado do 10º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal. No documento, que será encaminhado à Presidência da República, os estados solicitam medidas para “aumentar a captação de recursos para a redução de emissões do desmatamento e degradação” e “promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal”.
Durante o Fórum, em que foram debatidos os principais eixos do documento, o governador Pedro Taques afirmou que a união dos Estados da Amazônia é fundamental para conseguir o fortalecimento da política de desenvolvimento sustentável, com ações como a remuneração por serviços ambientais, investimentos em educação, saúde, energia e transporte e produção de conhecimento.