Governo demite policial civil suspeito de envolvimento em homicídio
No decorrer do procedimento administrativo, ele apresentou um pedido de reconsideração da sugestão de demissão da Comissão Processante, mas a solicitação foi negada.
A decisão seguiu recomendações da Procuradoria Geral do Estado. O policial é suspeito de crimes, como corrupção, comércio ilegal de munições, falsidade ideológica e agiotagem. Ele ainda é investigado por um homicídio ocorrido em 2009 em Tangará da Serra, a 242 km da capital.
Wellington atuava há mais de 10 anos como chefe de operações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e foi preso no dia 25 de março quando estava no trabalho.
O processo em que ele figura como réu tramita na Vara Única criminal de Tangará da Serra. Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), em dezembro de 2009, em um posto de combustíveis na Avenida Brasil, na região central daquele município, a vítima foi assassinada a tiros. O rapaz assassinado e outro pessoa eram suspeitos de atear fogo em uma caminhonete do policial civil.
Na data do crime, o policial estava em uma lanchonete quando viu a vítima no posto em uma comemoração à final do campeonato brasileiro de futebol. O acusado então atravessou a avenida e foi até o estabelecimento onde o jovem estava. Ao vê-la, ele teria jogado um copo de uísque em sua direção. A vítima tentou correr. O policial sacou a arma e disparou contra ela.
O réu conseguiu se desvencilhar da vítima e, abusando de autoridade de policial civil, efetuou disparo na altura da cintura da vítima, expondo a perigo a incolumidade física das pessoas que ali se encontravam, as quais se afastaram. Ato contínuo, o réu ainda efetuou um segundo disparo, o qual atingiu a cabeça da vítima, e na seqüência saiu andando com a arma na cintura, diz trecho da denúncia.
Após a conclusão do inquérito que apurou os indícios de crimes que levaram Welington à prisão, a Polícia Civil indiciou ele, outros dois policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande, e mais sete pessoas por suspeita de corrupção.
O investigador foi indiciado por corrupção, porte ilegal de arma de fogo e por suspeita de interceder pela libertação de presos, ato denominado de advocacia administrativa, e também por falsidade ideológica. Uma terceira pessoa teria abastecido uma viatura da delegacia em um posto de combustíveis usando o nome do policial.
Já o crime supostamente cometido pelos outros dois policiais, sendo um investigador e um escrivão, não teria nenhuma relação. Eles são suspeitos de receber vantagem indevida em um episódio em que um carro que teria sido roubado foi localizado em Várzea Grande. O dono do veículo teria oferecido uma recompensa para os policiais, que supostamente teriam aceitado