Com piso de R$ 920, professores entram em greve em Livramento
O sindicato cobra que o PCCS beneficie não só os professores, mas todos os profissionais da educação, entre eles merendeiras, vigilantes e os responsáveis pela limpeza das 18 unidades escolares do município. "O projeto da prefeitura contempla apenas os professores, mas educação não é só professor. Quem vai fazer a merenda, limpar e zelar pela segurança das escolas", afirmou o sindicalista. O G1 tentou falar com a secretária de Educação do município, Marelize Paula Nascimento, mas ela não atendeu às ligações, assim como o prefeito da cidade, Carlos Roberto da Costa (PP), o Nezinho.
Esses profissionais da área técnica seriam os mais prejudicados com a defasagem salarial. "O piso salarial deles é de R$ 696, ou seja, mais baixo que o salário mínimo", disse o presidente da entidade.
No ano passado, uma comissão composta por representantes do Executivo, Legislativo e da categoria foi formada para a elaboração do projeto de reformulação do PCCS. Após ser concluído, o projeto foi encaminhado para o prefeito da cidade em junho do ano passado, de acordo com o sindicato da categoria.
Como o projeto ainda não tinha sido aprovado, os profissionais pediram uma audiência com o prefeito e membros da comissão. Nessa reunião, realizada no último dia 30, a administração municipal pediu que as reivindicações fossem refeitas, o que desagradou a categoria. "O projeto já está na mesa dele [prefeito] desde junho e agora ele quer atender apenas parte das nossas reivindicações, deixando de lado alguns servidores", reclamou Eluil Pereira.
Atualmente, o piso salarial dos professores de Nossa Senhora do Livramento é de R$ 920, bem abaixo do nacional, de R$ 1.917 e do estadual, de R$ 1.739. Eles cobram a aprovação de um piso salarial de R$ 1,2 mil para uma jornada de trabalho de 25 horas semanais. Porém, eles querem atuar em uma jornada de 30 horas semanais com o argumento de que 1/3 desse período é destinado à preparação das aulas e aos estudos. Se a nova jornada passar a vigorar, a remuneração mensal deve subir para R$ 1,4 mil.
Com a greve, cerca de 2 mil alunos da rede municipal estão sem aula. Ainda não existe previsão para o término da greve.