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POLÍTICA
Terça - 14 de Abril de 2015 às 16:02
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 O deputado estadual Zé Carlos do Pátio (SD), em companhia das lideranças do Movimento Sem-Terra (MST), reuniu-se com o coronel Ribeiro Leite, secretário da Casa Militar, para protocolar denúncia contra a ação de dois policiais do município de Primavera do Leste, que retiraram trabalhadores rurais de um acampamento sem autorização judicial.

De acordo com a denúncia, a ação foi arbitrária e por isso, Pátio pede a punição dos policiais.

De acordo com o representante do movimento, Gerson de Oliveira, os acampados estavam há cinco anos na terra, sob a autorização do proprietário, que queria vender o terreno para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Contudo o problema começou após o valor oferecido pela terra ser menor do que o esperado pelo proprietário, e o Incra declarar o terreno de baixa produtividade.

Após essa decisão, o dono da terra pediu a reintegração de posse e ganhou na justiça, porém ainda não há uma ordem judicial para a retirada dos pequenos agricultores. Foi então, que os dois policiais foram até o acampamento no final de março, sem o acompanhamento de um oficial de justiça e derrubou a metade das moradias, sendo aproximadamente 30.

“Já estávamos há cinco anos na terra, produzindo alimentos e criando animais, e mesmo assim, não houve respeito com os nossos companheiros. Será que somos bandidos para sermos presos como bandidos?”, questionou Oliveira.

Ainda de acordo com o representante do movimento, o grande problema é o Incra que está atuando contra os trabalhadores. Pois, segundo Oliveira, durante cinco anos o Instituto em nenhum momento informou da improdutividade da Terra. “Quando o caso foi para a justiça, os representantes do Incra disseram que não dava para ocuparmos a terra, ou seja, tudo ao contrário do que nos informaram nas visitas técnicas”, explicou Gerson Oliveira.

Segundo o deputado estadual, Zé Carlos do Pátio, Mato Grosso está entre os estados com maior índice de homicídios de trabalhadores rurais. E a atuação dos policiais de Primavera como jagunços é um retrocesso, e que medidas devem ser tomadas, antes que a situação fuja do controle do Estado.

“O município de Santa Terezinha foi tema de reportagem nacional, devido ao alto índice de morte dos trabalhadores rurais. E o que aconteceu com esses trabalhadores no acampamento é um exemplo que a situação está fora do controle. Por isso, eu quero fazer uma intervenção em Mato Grosso, e espero que a Casa Militar puna os policiais que agiram de forma arbitraria. Foi uma total falta de respeito eles terem derrubado casas e até mesmo uma escola, sem a autorização judicial”, disse Pátio.

Em resposta a denúncia realizada pelo deputado e pelos lideres do movimento, o Coronel Ribeiro Leite determinou a equipe de Primavera do Leste fizesse o levantamento, ainda na tarde desta terça-feira, de todas as moradias derrubadas no assentamento. E afirmou que medidas administrativas serão tomadas contra os policias denunciados.

“Nós também não admitimos esse tipo de ação, por isso, vamos buscar informações sobre o caso, por que não consta oficialmente essa ação, ou seja, se os policiais agiram conforme a denuncia, não foi com a autorização do comandante regional. Dessa forma, repudiamos o que aconteceu e vamos buscar uma solução”, afirmou Leite.

A denúncia foi protocolada também na Corregedoria Geral da Policia Militar.





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